Bibliotecas voltadas à Primeira Infância (período da gestação aos seis anos) têm sido mais eficientes no desenvolvimento social e cognitivo (intelectual) das crianças, especialmente entre dois e seis anos. Isto porque elas integram a leitura a outras atividades que envolvem a brincadeira.

A conclusão faz parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasil Leitor (IBL), nos anos de 2012 e 2014, em um centro infantil (creche) e uma escola municipal de educação infantil de São Paulo. A análise foi feita em dois momentos. O primeiro, entrevistando os pais e observando o comportamento das crianças que frequentavam uma biblioteca comum. O segundo momento também contou com entrevistas e observações, mas depois que as crianças tiveram contato com a biblioteca da Primeira Infância, que faz parte de um grupo de oitenta bibliotecas espalhas por todo o País, em escolas, hospitais e empresas. Nelas, os pequenos leitores têm acesso a brinquedos, bonecos e um mobiliário específico para favorecer a imaginação e a criatividade.

As análises usaram as categorias do instrumento avaliativo Child Observation Record (COR), baseado na classificação de comportamentos de acordo com categorias como: relações sociais, representação criativa e comunicação e linguagem. Cada um desses itens é dividido em cinco níveis de comportamento (do nível 1 = mais básico ao nível 5= mais avançado). Os resultados apontaram um aumento significativo de crianças no nível 5 em todas as categorias observadas, após o contato com as bibliotecas da Primeira Infância.

Destaque para as relações sociais: 100% das crianças da escola de educação infantil atingiram o nível máximo desse item depois que frequentaram a biblioteca. Antes dela, apenas 6% alcançaram nota 5. Em linguagem e comunicação, o índice saltou de 13% para 69%. Em representação criativa, de 6% para 70%.

Fonte: Revista Educação

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

View All Articles