O Senado aprovou um projeto de lei que agiliza os processos de adoção em casos de crianças com alguma deficiência ou doença crônica. A medida só terá validade ser for aprovada pelo presidente, Michel Temer. Em todo o país, há 47.486 crianças em abrigos à espera de uma família, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Somente no Distrito Federal, nos últimos três anos 117 crianças foram adotadas – sendo apenas uma deficiente. A analista de sistemas Raquel Nunes esperou quatro anos na fila de espera da adoção para conhecer o filho Marcelo, que tem paralisia cerebral.

“Meu filho mudou tudo na minha vida, primeiro porque me ensinou o amor que eu não sabia que existia. Eu achava que o amor de mãe adotiva ia ser com o tempo e a grande verdade é que não existe diferença.”

Logo que nasceu, Marcelo ficou internado em uma UTI neonatal e, segundo a mãe, o diagnóstico médico era pouco esperançoso. “[Disseram que] ele não ia nem andar e nem falar, mas meu filho é um grande milagre. Eu costumo dizer que isso tem a ver com o amor mesmo”, disse Raquel. Hoje, no entanto, o filho corre, brinca e se comunica.

Assim como Marcelo, outras crianças com deficiências e até grupos de irmãos devem ser incluídos no Estatuto da Criança e do Adolescente como prioridades nas varas de adoção. O projeto, de autoria do deputado Augusto Coutinho (SD-PE), também formaliza o apadrinhamento.

Pessoas ou empresas vão poder ajudar no desenvolvimento de crianças e adolescentes incluídos em programas de acolhimento. O objetivo é garantir apoio, principalmente, para as crianças com menores chances de adoção.

O texto também permite a inclusão no cadastro de adoção de recém-nascidos e crianças mantidas em abrigos que não forem procuradas pela família biológica em até 30 dias. Mães adotivas passarão a ter direito à licença maternidade e o prazo máximo para a conclusão do processo será de 120 dias.

Para a coordenadora do Nícleo de Infância e Juventude da Defensoria Pública, Gabrielle Bezerra, a criação de prioridades na fila e os benefícios trabalhistas como forma de incentivar a adoção tem efeitos limitados. Segundo ela, é preciso melhorar a preparação dos pais na fila da adoção.

“Os processos de adoção bem sucedidos são aqueles em que há uma doação por parte dos pais em se dedicarem a realmente serem pais daquele filho”, disse. “Ser pai ser mãe é realmente como se fosse uma missão na vida, entendeu?”

Fonte: Globo.com

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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