Confere aqui a excelente iniciativa do Projeto Contexto durante a pandemia em parceria com as escolas do Ceará. São iniciativas como essa que ajudam na formação de cidadãos mais conscientes, presentes e cientes de que uma educação se faz através da contribuição de todos!

Em 2020, o Projeto Contexto, iniciativa social que aborda a educação contextualizada nos sertões cearenses, desenvolveria as ações do seu 4° ano de atuação junto às 130 escolas beneficiadas, bem como com toda a comunidade escolar, Grupos de Trabalhos Municipais (GTM’s), Secretarias de Educação e demais parceiros
institucionais. Contudo, como em praticamente todo o mundo, o Projeto teve suas atividades imediatamente interrompidas pela pandemia do Coronavírus, e com isso,precisou repensar a continuidade do trabalho mesmo que de forma remota e menos intensa.

Dessa forma, os desafios e aprendizagens vivenciados durante a pandemia gerou o tema: “Prevenção à Covid-19 e cuidados com a vida”, e orientará o trabalho pedagógico em todas as disciplinas das escolas que pertencem aos 21 municípios acompanhados pelo projeto co-financiado pela União Europeia. Para tal, as professoras e professores dessas localidades estão sendo beneficiados com mais uma etapa de formação modular realizada bimestralmente, dessa vez exclusivamente on-line.

“Neste momento, não há nada mais presente no cotidiano de todas as pessoas do que as consequências da pandemia”, por isso, professora/res, secretárias/os de educação e gestoras/res, estão recebendo conteúdos divididos nas seguintes temáticas:
Conhecimentos básicos e novas descobertas sobre a Covid-19; Protocolos sanitários municipais e estaduais para o retorno às aulas; Saúde preventiva e práticas integrativas e complementares, explica Paulo César Oliveira, agente da Cáritas Diocesana de Crateús, membro da Plataforma Educação Marco Zero, conjunto de organizações sociais
responsável pelo projeto.

Para Maria Francieuda de Oliveira Carnaúba, diretora da EEIF Cícero Barbosa, do município de Pedra Branca, as formações levam em consideração o enorme desafio enfrentado pelos profissionais da educação que precisaram se adaptar de forma tão repentina à essa modalidade de ensino. “Fomos obrigados a alterar boa parte da nossa rotina para colaborar no combate à epidemia do Covid-19”, destaca a diretora.

DESAFIOS DO ENSINO REMOTO CONTEXTUALIZADO
Para minimizar a exclusão digital, que é uma realidade em diversas casas e famílias, as secretarias municipais de educação tem adotado ensino de modalidade híbrida, ou seja, com distribuição de materiais pela internet para quem tem condições para tal, e impresso para os demais casos. No município de Madalena, por exemplo, distribuir o material impresso já é por si só um desafio. “As atividades e materiais ficam disponíveis na escola, mas para os pais que não podem ir buscar os monitores levam até a casa. Já os alunos com deficiência desenvolvem as atividades com o acompanhamento do cuidador”, conta a secretária Ivanilda. Segundo a diretora Maria Francieuda, o acompanhamento do projeto contribui para que a escola garanta o direito à educação da forma mais qualificada
e inclusiva possível. “O Projeto Contexto sempre foi e continuará sendo importante na rotina escolar, e está sendo ainda mais, em um momento de transição forçada para o ensino a distância, afim de nos ajudar a garantir o direito à educação”

EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA – UMA EDUCAÇÃO QUE FAÇA SENTIDO À VIDA

O método utilizado pelo Projeto Contexto prevê o desenvolvimento de contextualização disciplinar a partir de um tema gerador. A partir de formações temáticas, professoras/es adaptam o conteúdo curricular de cada turma dialogando com o tema que está presente na realidade daquelas pessoas e daquela região. Dessa maneira, o objetivo
é de que o conteúdo trabalhado em sala de aula faça sentido não só para a vida das/os estudantes, mas para todas as pessoas que fazem parte daquele universo. Ao fim de cada ciclo bimestral, é realizada a chamada culminância, evento/feira onde os familiares e comunidade escolar são convidadas a dividir com professoras/es e estudantes o que foi assimilado. Esse ano, infelizmente, esse momento não será possível, devido à necessidade do distanciamento social.

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Ipueiras;Ipaporanga; Poranga; Nova Russas; Tamboril; Crateús; Ararendá; Novo Oriente; Monsenhor Tabosa, Independência; Quixeramobim; Pedra Branca; Senador Pompeu; Milhã; Solonópole; Dep. Irapuã Pinheiro; Piquet Carneiro; Mombaça; Madalena, Boa Viagem; Tauá; Quiterianópolis.

FONTE: Aby Rodrigues

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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