Um dia eu monto uma bicicleta e aprendo a andar sozinho
sem as mãos, com os olhos vendados de costas na garupa
libidinoso trajando peripécias assegurando minha epopeia
Um dia serei abduzido pelo tempo
desmaterializado numa galáxia muito distante
vou pedalar até disparar as mucosas do chão na velocidade do riacho
levitar o caminho cismado no meio da pedra onde a sociedade é um muquifo
De grão em dragão deixarei a poeira empinada confinada na matéria que repousa
quem sabe um rochedo salta da calçada e germina no meu ombro o primeiro alarde do dia…
Texto: Eduardo Sousa | Imagem: Internet
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