O pescoço é a parte do corpo que liga a cabeça ao tronco. É nessa região que fica o segmento mais móvel da coluna e onde se concentram todos os excessos do organismo, inclusive o estresse. A cervical é submetida diariamente a pressões, tensões e má postura no trabalho. Quando essa parte da coluna começa a doer, pode ser sinal de compressões nervosas, fraturas e até hérnia de disco. É a chamada cervicalgia, uma versão mais grave do torcicolo.  

Posturas viciosas e estresse são as principais causas de cervicalgia. E, com o ritmo de trabalho cada vez mais agitado, as dores na região cervical tornam-se ainda mais frequentes. “Quase metade da população vai apresentar cervicalgia em algum momento da vida”, estima Ângela Lepesqueur, fisioterapeuta especialista em coluna e diretora do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral em Brasília.

A doença geralmente surge sem causa aparente, mas raramente é uma dor súbita. A cervicalgia quase sempre está relacionada a movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço, trauma, excesso de sobrecarga dos membros superiores, fatores posturais e ergonômicos. “O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e rigidez dos movimentos, diminuindo a mobilidade do pescoço. A dor pode chegar a região dos ombros e, nos casos mais graves, irradiar para todo o membro superior”, detalha Ângela.

A diferença entre torcicolo e cervicalgia é que o primeiro caracteriza-se por uma dor pontual e transitória, em que os sintomas desaparecem sozinhos por volta de uma semana. A cervicalgia é um torcicolo mais grave, quando as dores persistem e se instalam progressivamente, com os sintomas cada vez mais fortes.

Além de diminuir a qualidade de vida do paciente, a dor cervical influi diretamente na produtividade do indivíduo. As ocupações com mais predisposição para a doença são aquelas que envolvem movimentos repetitivos de membros superiores e a constante flexão da coluna cervical.

Tratamento – O primeiro passo para tentar aliviar as dores na cervical é repousar. Se o desconforto continuar, é preciso procurar um fisioterapeuta, que poderá diagnosticar o problema e indicar o tratamento adequado. Uma técnica bem sucedida nos casos de cervicalgia é o programa de Reconstrução Músculo Articular da Coluna Vertebral (RMA), que utiliza técnicas de fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica e de descompressão dinâmica. “É um programa que melhora a mobilidade e enfatiza o controle intersegmentar da coluna lombar”, explica Ângela.

De qualquer forma, evitar a doença não é tarefa difícil. Alguns hábitos simples, que podem ser incluídos no dia a dia, podem ser decisivos para preservar a região da cervical. “Alongar-se periodicamente, evitar carregar pesos exagerados e manter boas posturas corporais, principalmente durante o trabalho, os estudos e ao utilizar o computador, poupam a cervical de grandes esforços e pode evitar dores na região”, recomenda Ângela.

Fonte:  www.correiodoestado.com.br

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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