imagem-163Você já conheceu alguém que só em estar por perto torna seu dia melhor? Pessoas que te inspiram com boas energias e compartilham um astral benéfico por onde passam? Não precisa ser algo transcendental, nem oba-oba, apenas aquela qualidade genuína de tornar o mundo mais criativo e gentil.

São pessoas que agregam, seja pela generosidade, pela atenção com outro, ou por uma motivação sincera de contribuir positivamente. Nelas, é algo natural sentir felicidade por trazer a bonança para a vida alheia. Residentes no mundo de códigos e hashtags, não se importam com rótulos ou agradecimentos, apenas em passar adiante.

Permitem que o fluxo siga e, a despeito da própria vontade, agem com a sabedoria e a leveza de gente grande, que tem o coração maior que o ego. Assim, criam oportunidades e despertam no outro o que há de mais iluminado.

Outro dia minha prima disse ter topado com alguém assim e saiu satisfeita, preenchida por um bem-estar ao chegar perto de um ser agregador. Até a fome que sentia na ocasião passou, simplesmente porque se viu “alimentada” por um amor, por um abstrato que lhe trouxe mais fé na vida e na humanidade.

Esse relato me fez pensar sobre como anda nosso rastro, o que temos espalhado por aí. Fumaça? Fogo? Areia nos olhos dos outros? No meio da correria diária, confesso ser difícil manter-se na linha da leveza, da educação e da bem-aventurança. Mas vez por outra, cruzar com esses seres “mágicos”, também renova minha crença de não precisamos pensar sempre a partir do próprio umbigo.

Nesta vida, conheci algumas pessoas agregadoras. Ainda dá para contar nos dedos, já que os demais por ora vivem sob o automático. Essas criaturas que somam, servem como motivação em tempos difíceis, nos dias em que nosso gênio indomável parece prevalecer sobre o bom senso e a cortesia.

A depender do período da vida, nos animamos com pessoas que agregam tipos particulares de qualidade. Neste momento, em especial, me arrebatam as pessoas que trazem uma leveza na alma. Elas me ensinam sobre tolerância e equilíbrio, principalmente diante de erros. Preferem dar as mãos e seguir vivendo do que morrer na primeira esquina, empacadas na insatisfação eterna, em busca de uma perfeição que nunca chega.
Pessoas leves não apontam o dedo, constroem caminhos. Tampouco passam a mão na cabeça, mas acolhem o outro com respeito, sabem honrar as batalhas que travamos ao tentarmos ser pessoas melhores em nossos propósitos e ações.

Seres que agregam leveza têm a minha profunda admiração. Administram com categoria as vacas magras e as fases prósperas, mantendo o espírito jovem, porque não desperdiçam a vitalidade resmungando os dissabores, mas sorvendo o surpreendente, que traz o vigor “castanhodo”.

Os antigos já diziam que para manter uma vida sã, nada melhor que uma dose diária de loucura e porções semanais de pessoas agregadoras.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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