Desde 2012 que o regulamento da terceira divisão do futebol brasileiro vigora. É impossível que haja no mundo previsão tão cruel para que uma equipe consiga o acesso para a Série B.

Se já não bastasse a bizarra competição ter nas as quartas de final sua principal atração, a fase prevê partidas entre equipes que não se enfrentaram. Além disso, as melhores campanhas só têm a discutível vantagem dos jogos de volta em casa, valendo gol fora de casa. Nada de atuar por dois resultados iguais.

A forma como tudo foi planejado coloca os confrontos sem qualquer indício de favoritismo. Me espanta, portanto, o desespero de alguns clubes e torcedores por ficarem em primeiro ou segundo lugar ao final da primeira fase, assim como gente cravando que há algum time com vantagem sobre o outro. Pela lógica dos números que mostro a seguir – coletados pelo estatístico e apaixonado por futebol Thiago Minhoca – é até mais vantagem não ficar com as melhores campanhas.

Já foram 12 confrontos que decidiram acesso desde 2012 e as piores campanhas levam vantagem de 7×5. Em 2012, os quatro piores colocados subiram. Em 2013, 3×1 para as melhores campanhas e em 2014, 2×2. Neste período, apenas um primeiro colocado de grupo passou: o Santa Cruz. Enquanto isso, cinco vezes os quartos colocados levaram vantagem, contra quatro acessos dos segundos colocados e dois acessos de terceiros lugares.

Encerradas as partidas de ida das quartas de final desta temporada da Série C, a vantagem, por enquanto, é das piores campanhas. Nenhum visitante marcou fora de casa (vale lembrar o gol mal anulado do ASA em Minas Gerais, entretanto). Tupi, Vila Nova e Brasil-RS venceram ASA, Portuguesa e Fortaleza. Já Confiança e Londrina ficaram no 0x0.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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