Um sistema defensivo sólido e com um repertório ofensivo único de bolas levantadas na área, ao estilo do futebol inglês dos anos 80. Foi assim que o Brasil foi competente e venceu o Fortaleza no jogo de ida das quartas de final, neste sábado, por 1×0.

O jogo foi disputado em um gramado pesado, mas ainda assim o Fortaleza apresentou algumas boas ações ofensivas com a bola no chão na primeira etapa e perdeu três chances reais para marcar. Uma em grande jogada que acabou nos pés de Tinga, outra com Éverton e mais uma com Lima.

O Brasil, ao seu estilo e levando clara vantagem sobre a defesa do Fortaleza pelo alto, também criou três chances, duas perdidas respectivamente por Teco e Nena, que acertou a trave, e a última convertida por Cléverson, na pequena área. Aliás, no gol do time de Pelotas, que saiu de uma cobrança de escanteio, Leandro Camilo subiu muito e ganhou fácil de Lima e Adalberto. A bola sobrou para Cléverson completamente livre, já que Radar – difícil compreender a sua escalação – simplesmente ficou olhando e torcendo para a bola não entrar.

Na segunda etapa o Fortaleza apresentou um futebol muito pobre. Sem criatividade e pouca movimentação, não conseguiu incomodar o ótimo sistema defensivo montado pela equipe da casa. Daniel Sobralense, Everton, Maranhão, Lúcio Maranhão, Adriano Martins, que entrou depois – e os laterais não tiveram força para empatar. Já o Brasil, de futebol sem encanto nenhum, mas de muita força física e entrega,  não quis arriscar e ainda assim conseguiu criar duas boas chances para ampliar, uma com Nena e outra com Gustavo Papa, que Ricardo Berna defendeu muito bem.

A arbitragem de Héber Roberto Lopes, por incrível que pareça, foi excelente. Com seus gritos e poucos cartões, controlou muito bem a partida do ponto de vista disciplinar e tecnicamente a sua atuação não cometeu erro algum. Na volta, o Fortaleza vai precisar fazer dois gols de diferença para conseguir o acesso porque se vencer por 1×0 o seu destino será decidido nos pênaltis. Ao Brasil basta o empate ou uma derrota por um gol de diferença desde que marque pelo menos uma vez.

Tagged in:

, ,

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles