Por André Victor Rodrigues

Após reuniões neste meio de semana, o Fortaleza oficializou a saída do treinador Jorge Veras das categorias de base tricolores. Chega ao fim uma história de dez anos entre profissional e clube. Veras se despede do Pici com o histórico vencedor de 14 títulos conquistados à frente das equipes aspirantes do Leão.

Para muitos o fato pode soar como falta de reconhecimento. E é compreensível o surgimento dessa forma de interpretar a notícia, devido aos feitos do treinador em questão e da sua parcela de contribuição para revelação de jogadores no Fortaleza. Porém, há de se respeitar a boa razão pela qual o clube realiza a mudança no comando técnico da base: é preciso ter novas mentes para modernizar o trabalho feito com as pratas da casa.

Nos dois últimos anos, o Tricolor apostou em nomes com perfil estudioso no futebol nacional, casos de Marcelo Chamusca e Marquinhos Santos. É também investimento recente a formação de uma equipe para análise de desempenho dos atletas, que dá frutos ao indicar o melhor caminho para se escalar o time e apoiar a elaboração de esquemas táticos eficazes ao longo da temporada.

No atual time profissional já é possível ver as vantagens desta aposta feita pelo Departamento de Futebol do Fortaleza. Então, por que não levá-lo para a base?

Em entrevista ao Portal Esportes O POVO, o presidente do clube, Jorge Mota, explicou que a saída de Jorge Veras ocorreu por “sentir que era hora de mudar”. Segundo ele, houve um desencontro de ideias entre as várias categorias do clube. Nem todos assimilaram a nova metodologia de trabalho. E atualizar os métodos de treinamento, inevitavelmente, significa reavaliar alguns nomes da folha – sejam eles jogadores, auxiliares ou técnico.

As categorias de base do Fortaleza passam por reestruturação. Recentemente, o coordenador Luciano Reis deixou o setor do clube. Quem chega para assumir o planejamento das atividades sub-20 é Evandro Forte. Segundo a diretoria, a intenção das mudanças é estender o trabalho feito com o time principal para os juniores.

Veras revelou ao O POVO que ficou chateado pela saída – obviamente, pelo seu currículo recheado de vitórias e com méritos que continuarão lembrados por quem acompanhou seus trabalhos. Contudo, também ressaltou o apoio recebido.”Queria agradecer por todos os diretores que eu trabalhei, inclusive a atual gestão, pelo apoio que me deram. No futebol, e na vida, a gente tem de estar preparado para tudo. É isso, vida que segue”, disse.

As palavras do agora ex-técnico da base tricolor resumem bem. O futebol é uma constante de evolução, como tantas outras coisas que fazem parte da vida. Jorge deixou sua marca num período relevante da base tricolor. Agora abre espaço para que uma nova etapa seja cumprida dentro do necessário desenvolvimento da equipe leonina.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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