Escrevo esse post antes de saber se o técnico Sérgio Soares permanecerá ou não no Ceará após o empate sem gols contra o Luverdense, no Castelão.  Entendo que apesar dos 10 jogos sem vitória (sete pontos conquistados nos 30 mais recentes disputados) a saída do treinador não resolveria, até porque o considero o menos responsável pela sequência negativa, em que pese ter também os seus equívocos.

Especificamente sobre a partida desta terça-feira, o Ceará não foi mal. Pelo contrário, até jogou bem, cometeu menos erros, diferente das atuações mais recentes. É preciso analisar o desempenho para além do resultado. A equipe criou bastante, teve muito mais posse de bola, finalizou 20 vezes (o adversário, dominado especialmente no segundo tempo, tentou apenas oito finalizações), conseguiu mais aproximação entre os setores e foi, no geral, seguro defensivamente (quando não foi, o goleiro Lauro mostrou segurança).

O grande problema foi o absurdo número de chances perdidas pelo ataque, situação que comprometeu o resultado. Em instância final, era o que mais o clube precisava. Apenas Bill desperdiçou quatro oportunidades claras – o goleiro Diogo Silva pegou demais – tanto que se sentiu obrigado a dizer após a partida, ainda no gramado, que era o grande responsável pela não vitória. “A culpa é toda minha”, sentenciou ainda ouvindo vaias no Castelão e protegendo o restante do elenco e da comissão técnica, numa atitude rara e leal, certamente temendo mais pressão.

Com 40 pontos, na quarta colocação, o Ceará agora aguarda toda a rodada 27 da Série B para saber qual a sua real condição na tabela. Na melhor da hipóteses o alvinegro termina em sexto lugar, já que dois confrontos obrigatoriamente roubarão posições dele: Vila Nova x Londrina e CRB x Bahia.

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles