Foram duas semanas de trabalho sem partidas oficiais, o objeto de desejo de qualquer técnico recém chegado a um clube em que não teve nenhuma responsabilidade na montagem do elenco. Agora, contra o Uniclinic, neste domingo, é hora do Ceará mostrar que evoluiu taticamente sob o comando de Givanildo Oliveira, que nesta sexta-feira almoçava sozinho na praça de alimentação do Shopping Rio-Mar.

Essa cobrança por evolução não guarda relação com o desempenho do adversário de campanha paupérrima em 2017, com absurdos 33 gols sofridos em 14 partidas. Também não faz referência ao potencial técnico individual de cada atleta. A melhora que deve ser notada – e bem notada – é de postura em campo, posicionamento, intensidade, jogadas ensaiadas e capacidade de mudanças no decorrer da partida de acordo com a necessidade.

O Ceará em 2017 tem no desempenho ofensivo seu mais grave problema – há outros, mas não tão relevantes neste cenário inicial. São nove partidas no estadual e 12 gols marcados (o Uniclinic marcou 13, por sinal) contra adversários frágeis, no geral. Na Primeira Liga, três jogos e um tento anotado. Na Copa do Brasil, um jogo e nenhum gol, que custou a eliminação na primeira rodada, inclusive. No total, portanto, 13 partidas na temporada e 13 gols marcados, números extremamente modestos e que retratam uma equipe sem criatividade, pouco agressiva e desorganizada quando o assunto é gerar oportunidades de gol e convertê-las.

É nisso, portanto, que reside a necessidade e, sim, a obrigação de melhora. Givanildo tem a capacidade para fazer o elenco render mais, independente de troca de peças. Resta saber a resposta dos jogadores, algo que apenas a prática poderá mostrar.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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