A superioridade tática do Ferroviário sobre o Fortaleza ficou evidente no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Cearense.  O 2 a 0 deste domingo, no Castelão, foi construído com tentos anotados no segundo tempo -Tony Belém e Mota marcaram – quando o Tubarão da Barra se mostrou muito mais inteligente do que o adversário.

Com uma folha de pagamento e estrutura bem superiores ao Ferroviário, o Fortaleza mostrou os mesmos defeitos desde o começo da temporada, especialmente na ausência absoluta de criatividade ofensiva, muitos toques laterais, falta de um jogo vertical, e nas constantes falhas de posicionamento defensivo quando sofria contra-ataques. Não por acaso saiu de campo sob fortes vaias.

Apesar de não ser unanimidade entre os torcedores corais, o técnico Vladimir de Jesus montou uma equipe coesa, capaz de marcar atrás da linha da bola, marcar individualmente os atacantes do Fortaleza e ter serenidade para colocar a bola no chão – notadamente no segundo tempo – com toques curtos e aproximação dos setores do time em velocidade. A comemoração da torcida do Ferroviário foi compatível com o que se viu no gramado.

Já Marquinhos Santos, apesar da estranha escalação de três volantes, optou pela proposição do jogo ofensivo, mas não conseguiu alternativas para superar um adversário organizado. Mais do que isso: não conseguiu superar a péssima partida tática e técnica de seu próprio elenco que, novamente, viu em Marcelo Boeck seu melhor nome, evitando um placar mais elástico.

Com os três pontos, o Ferroviário garante vaga na final caso vença o segundo confronto no domingo que vem. Um empate ou uma vitória do Fortaleza obrigam a realização de uma terceira partida decisiva.

Em tempo. No primeiro tempo, Mota fez um gol em completo impedimento e a demora na anulação pela arbitragem causou problemas. Evidente que é melhor um acerto tardio do que um erro célere, mas o mínimo que a Federação Cearense e a comissão de arbitragem precisam fazer é investigar pra valer se ocorreu interferência externa, algo que é completamente proibido e não pode ser usado para anular nenhum lance, inclusive gol ilegal.

Em tempo 2. Foram 8.724 pagantes para pouco mais de 71 mil reais de renda.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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