Não há qualquer medida de comparação para analisar o tamanho da importância de Marcelo Boeck na campanha do acesso do Fortaleza para a Série B 2018. O goleiro foi um monstro durante a campanha, tanto nas boas como nas más atuações do time, e conseguiu superar a sempre necessidade de lembrarmos de quanto o futebol é coletivo.

Retrato da redenção após oito anos na Série C, o jogador foi procurado pelo Fortaleza 10 dias antes do avião da Chapecoense cair, em novembro de 2016. Ele fazia parte do elenco do time de Santa Catarina, mas estava fora da viagem, já que não estava sendo aproveitado pela comissão técnica.

Com a proposta do Fortaleza, firmou acordo em meados de dezembro do ano passado. Com nove anos atuando no exterior – futebol português – buscava ser titular e o desafio lhe pareceu excelente, sempre com o apoio da esposa.

Alguns meses depois, ainda no gramado do estádio Mario Helênio, em Juiz de Fora, o jogador – que novamente foi decisivo, especialmente com defesas no segundo tempo – disse saber agora o motivo de estar vivo. “Não estou morto, que era o normal acontecer já que eu estava na Chapecoense, para viver um dia como esse do acesso”.

Aos 32 anos, o gaúcho de Vera Cruz  agora tem lugar cativo na história do Fortaleza.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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