A chegada de Marcelo Chamusca transformou o Ceará na atual Série B do Campeonato Brasileiro. Antes do treinador assumir o comando na vaga de Givanildo Oliveira, a equipe sustentava apenas a 12ª colocação, com 12 pontos ganhos em nove partidas, 44.4% de aproveitamento. Para além dos números, as atuações eram inconsistentes, os jogadores mal escalados e o posicionamento tático confuso.

A vitória sobre o Vila Nova por 2 a 0, na terça-feira, 3, foi o jogo número 19 do Alvinegro sob a batuta de Chamusca. O ciclo representa um turno todo da Segundona, enfrentando todos os adversários da competição. Neste período, que começou na vitória sobre o Oeste por 3 a 0, foram 57 pontos disputados e 36 conquistados. O aproveitamento é bastante bom e saiu dos 44.4% para 63.15%, com 11 vitórias, três empates, cinco derrotas.

A produção ofensiva cresceu significativamente. Em uma Série B com a pior média de gols da história dos pontos corridos (desde 2007), o Ceará, que tinha nove gols marcados em nove jogos (média de um tento por partida), balançou as redes 26 vezes com Chamusca, média de 1,36 por encontro. O cenário de melhora também atingiu o sistema defensivo. A média de gols sofridos era de um por partida e agora é de 0.89.

Assim que assumiu o elenco, o técnico, sempre ao lado do auxiliar Cae Cunha, transformou o esquema tático e passou a atuar no ataque com dois homens de velocidade pelos lados, especialmente Lelê e Cafu. Se apresentam grande dificuldade para finalizar, nutrem enorme capacidade para ajudar na marcação. A mudança, aliada ao novo posicionamento do meio-campo, deu resultado e a equipe, bem mais organizada, saiu da parte de baixo da tabela e passou a brigar no alto da classificação.

Lima, contratado no final de julho, também foi fundamental para a melhora do futebol alvinegro. Ele assumiu a liderança técnica do meio-campo, cobrindo uma lacuna relevante. A essa altura, Elton já tinha se recuperado de contusão e ganhava o caminho de artilheiro da campanha, com Magno Alves na reserva do reserva e Ricardinho sem espaço, mesma situação de Felipe Menezes. Ricardinho, entretanto, voltou a ser titular no fim de setembro. Suas boas atuações quando entrava e as inúmeras chances de gol perdidas por Lelê e Cafu fizeram Chamusca desistir do esquema com dois jogadores abertos de velocidade no ataque, passando a escalar apenas Leandro Carvalho – contratado em meados de agosto – nessa função.

Restam apenas 10 jogos para o fim da Série B e o time vai começar no G-4 a 29ª rodada diante do Oeste, fora de casa, no próximo dia 14. Hoje, a pontuação necessária para o acesso subiu para 65 pontos em função do aproveitamento alto das equipes que brigam para chegar até a Série A. Nos 30 pontos que restam em disputa o Alvinegro conta 17 necessários. É uma meta plausível e que não depende de ninguém a não ser de suas próprias forças.

Ceará com Chamusca

Ceará 3×0 Oeste
Paraná 1×0 Ceará
Figueirense 0x2 Ceará
Ceará 0x2 Inter
Ceará 2×0 Juventude
Guarani 2×2 Ceará
Ceará 0x1 Goiás
Paysandu 1×2 Ceará
Ceará 3×1 Criciúma
ABC 0x1 Ceará
Ceará 1×0 CRB
Boa 4×1 Ceará
Ceará 1×0 Náutico
Londrina 3×2 Ceará
Ceará 1×1 América-MG
Ceará 2×1 Brasil-RS
Santa Cruz 0x0 Ceará
Luverdense 0x1 Ceará
Ceará 2×0 Vila Nova

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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