Partida chamou atenção por duelo tático. Foto: Joka Madruga/AE.

O empate em 0 a 0 entre Atlético-PR e Ceará, na noite da última quarta-feira de fevereiro, foi o maior teste do Vovô em 2018. Jogando fora de casa contra um rival de Série A, o time do técnico Marcelo Chamusca teve atuação sólida e conseguiu um bom resultado. Mas poderia ter sido melhor.

O confronto foi, provavelmente, o duelo tático mais interessante do Ceará no ano, em que o Alvinegro se mostrou muito equilibrado e só não saiu vencedor por ter pecado demais nas finalizações.

O plano de jogo era claro: compactação defensiva com entrega coletiva para manter as linhas organizadas e segurar o ímpeto do Furacão (que iria propor o jogo), mas sem abrir mão de atacar, buscando transições ofensivas em velocidade para surpreender.

Justamente por isso os laterais Pio e Rafael Carioca foram tão pouco acionados, assim como Andrigo foi também pouco efetivo no setor ofensivo. O plano era, antes de tudo, impedir as investidas do Atlético.

O primeiro tempo foi de controle para tentar impedir as progressões dos paranaenses. O Rubro-Negro teve bem mais posse de bola (64% x 36%), mas sem conseguir finalizar com perigo contra a meta de Everson. Foram só 6 finalizações no 1º tempo do time da casa. Isso se deu graças à organização defensiva do Vovô.

Atlético rodava a bola em busca de espaços, mas o Ceará se manteve organizado defensivamente. Essa foi a tônica do 1º tempo.

A expulsão de Thiago Heleno, aos 22 minutos, veio justamente em transição veloz de Richardson. O lance contribuiu para que o Ceará fizesse um jogo equilibrado. A partir daí, o Vovô se manteve ainda mais fiel ao seu plano de jogo, e guardou as investidas para o 2º tempo.

Após o intervalo, Chamusca viu que poderia converter a vantagem numérica em gols. Sem abrir mão da organização defensiva, esperou o desgaste do Atlético (que já faz jogo de muita intensidade, e com um a menos teve ainda mais desgaste) e deu maior liberdade à sua equipe.

O Ceará passou a criar igualdade e superioridade numérica no último terço do campo. As movimentações criam espaços. Na imagem, Luidy tem apoio e muitas linhas de passe. Elton trocou de posição com Andrigo, recebeu livre e quase marcou.

Foram muitas oportunidades criadas. Mais precisamente, 28 finalizações ao término do jogo, das quais 7 foram na direção da meta defendida por Santos. Na melhor delas, Felipe Azevedo perdeu gol incrível após trama inteligente.

A melhor jogada do Ceará veio de mobilidade e velocidade na transição ofensiva. Felipe Azevedo atacou o espaço vazio e Wescley deu ótimo passe, que desmontou a linha defensiva do CAP.

No fim, o Ceará teve ainda um gol anulado, que poderia ter premiado o time que mais se aproximou da vitória.

Destaque individual pra atuação de Juninho. Atuando na posição que rende mais (2º homem de meio campo), ele vem mostrando constante evolução e foi um dos melhores em campo, junto com Richardson.

NÚMEROS DE ATLÉTICO X CEARÁ

Posse de bola: 57% x 43%
Finalizações Certas: 4 x 7
Finalizações Erradas: 7 x 21
Passes: 486 (93%) x 366 (93%)
Cruzamentos: 21 (5 certos) x 22 (6 certos)
Lançamentos: 33 (14 certos) x 26 (14 certos)
Desarmes: 13 (11 certos) x 6 (5 certos)
Faltas: 9 x 12
Escanteios: 4 x 8

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André Almeida

É jornalista, repórter do Jornal O POVO e comentarista do Futebol do Povo. Análise baseada em fatos, estatísticas, scouts, números, esquemas e comportamentos táticos. Futebol é isso.

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