Wescley marcou o primeiro gol do Ceará na Série A. Foto: Felipe Santos/CearaSC.com.

“Foi nosso melhor jogo no campeonato”. Em uma única frase, o técnico Marcelo Chamusca resumiu a atuação que o Ceará teve na manhã de domingo, 6, no empate em 1 a 1 com o Corinthians, em plena Arena Corinthians entupida por 40.350 torcedores pagantes.

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O resultado garantiu o segundo ponto do Alvinegro cearense na Série A do Campeonato Brasileiro após quatro rodadas disputadas. Mais que isso, deu um novo ânimo e confiança para a equipe na sequência da competição, já que, enfim, teve uma atuação à altura do desafio que é estar na elite do futebol nacional. Muito disso se deve à postura que a equipe teve.

Enfrentando o atual campeão brasileiro e bicampeão paulista dentro de seus domínios, o Ceará não tremeu e cumpriu bem a sua estratégia, que era bem clara desde os primeiros toques na bola: ter equilíbrio defensivo para buscar os erros do adversário nos contra-ataques.

Do início ao fim, o Vovô teve atuação consistente e organizada defensivamente. Mostrou muita consciência e aplicação tática, com grande entrega coletiva, o que potencializou as individualidades. Seguro, o time de Chamusca pouco permitia ao adversário e abriu o placar aos nove minutos, com Wescley, naquele que foi o primeiro gol do Vovô no Brasileirão.

Com a vantagem, o Ceará passou a se preocupar muito mais com o sistema defensivo, mas deixou de atacar – até porque não conseguia armar contra-ataques – e o Corinthians passou a pressionar.

O time da casa teve muito mais posse de bola (62% x 38%) e trocou mais passes (510 x 296), mas tinha dificuldades em infiltrar, já que a defesa do time cearense estava bem na marcação (foram 12 desarmes no jogo).

Por isso o time paulista insistia demais nas jogadas aéreas. Nos 90 minutos, foram 40 cruzamentos do Timão, dos quais 31 errados, além de 12 escanteios. Em um deles, a zaga do Vovô falhou e Henrique empatou de cabeça, aos 39 do primeiro tempo.

A segunda etapa começou movimentada. Elton por pouco não colocou o Ceará na frente ao arriscar de fora da área, mas Cássio fez grande defesa, aos três minutos. Logo depois Pedrinho sofreu falta de Richardson dentro da área – um pisão no pé – mas o árbitro não marcou pênalti. O time paulista também reclamou de outro pênalti: empurrão do zagueiro Luiz Otávio em Jadson.

O defensor, por sinal, foi um dos destaques individuais do Ceará no jogo. Além dele, Richardson, Ricardinho, Wescley e Elton também tiveram atuações destacadas, enquanto Felipe Azevedo, Juninho e Rafael Carioca foram mais apagados.

Mais que um ponto na bagagem, o Ceará volta de São Paulo com a certeza de que tem condições de fazer uma campanha digna na Série A. Para isso, porém, será necessária postura diferente da que foi vista nas três rodadas iniciais. Ontem foi um alento de que isso é possível.

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André Almeida

É jornalista, repórter do Jornal O POVO e comentarista do Futebol do Povo. Análise baseada em fatos, estatísticas, scouts, números, esquemas e comportamentos táticos. Futebol é isso.

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