Arthur esteve apagado no jogo, assim como todo o sistema ofensivo do Ceará. Foto: Israel Simonton/Cearasc.com.

Foi com atuação apática, passiva, pouco criativa e preocupante que o Ceará acumulou seu terceiro jogo seguido sem vitória no Campeonato Brasileiro, e justamente no momento em que a competição se afunila. A derrota por 2 a 1 para o Bahia, na Fonte Nova, foi merecida. Não porque o time baiano teve atuação brilhante, mas o pobre futebol apresentado pela equipe de Lisca não poderia apontar para resultado diferente do que aconteceu.

Na maior parte dos 90 minutos, o Bahia foi o time que se mostrou disposto a vencer o jogo, enquanto o Ceará apresentou aparente satisfação com o empate, que, de fato, não seria um mau resultado. Sobretudo pelo contexto do jogo.

O time da casa teve muito mais posse de bola (61% x 39%), passes trocados (458 x 268) e finalizações (23 x 7). Foram 11 chutes a gol contra apenas 3 do Ceará, que até chegou a ter o placar nas mãos, mas não conseguiu segurar o resultado.

Acontece que após o gol marcado, o Alvinegro recuou demais e sucumbiu à pressão imposta pelo Bahia, que sufocou o Vovô e criou várias oportunidades ainda no primeiro tempo. O Ceará voltou a mostrar extrema dificuldade para agredir o adversário, sobretudo porque Leandro Carvalho e Arthur, as principais peças de ataque, isolados e bem marcados, nada produziram.

A ineficácia ofensiva evidencia a carência que o ataque do Ceará tem pela ausência de um meia-armador capaz de garantir criatividade, intensidade, dribles objetivos e improvisação para vencer duelos 1 x 1 contra os adversários. Tais características se esvaíram com a saída de Juninho Quixadá, que não tem substituto similar no elenco.

Ricardinho não tem apresentado mais que lampejos. Pouco para quem tem tem a missão de ser o cérebro da equipe. Os demais atletas no elenco, idem.

Agora, o Ceará corre sérios riscos de voltar para a zona de rebaixamento já ao fim da 34ª rodada. Para isso, basta que a Chapecoense vença o Botafogo, em jogo que os torcedores alvinegros torcerão bastante por vitória Alvinegra. Independente do resultado em Chapecó, o sinal vermelho está ligado em Porangabuçu, e Lisca terá que trabalhar rápido para conseguir manter o time na Série A. Agora só restam quatro jogos.

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André Almeida

É jornalista, repórter do Jornal O POVO e comentarista do Futebol do Povo. Análise baseada em fatos, estatísticas, scouts, números, esquemas e comportamentos táticos. Futebol é isso.

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