As duas partidas entre Ceará e Fortaleza na Série A do Campeonato Brasileirão serão as mais relevantes do confronto centenário entre os rivais no cenário nacional. E os valores envolvidos da partida também explicam o momento.

Pela primeira vez no regulamento dos pontos corridos, os clubes vão medir forças. Hoje, ambos estão na elite do futebol brasileiro e tentam mudar de patamar permanecendo por temporadas seguidas na principal competição disputada entre times do país.

As duas diretorias pensam de forma parecida a forma de administrar seus recursos, fazendo o máximo para não estourarem orçamento. Evidente que há diferenças de gestão. O Fortaleza, por exemplo, permite que seus sócios votem, remunera todos os seus diretores e possui marca própria de camisa. Já o Ceará entende que tais elementos não são necessárias, ao menos neste momento.

Em campo, quando pisarem no gramado da Arena Castelão, estarão frente a frente os maiores orçamentos por temporada das respectivas histórias dos clubes. O Ceará projeta entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões de receitas em 2019. O Fortaleza trabalha ao menos com R$ 70 milhões. Nunca as duas equipes tiveram tanto para administrar.

Os elencos também jamais foram tão valiosos. De acordo com site especializado em finanças esportivas – o transfermarkt – os direitos econômicos dos jogadores do Ceará valem, juntos, 21.35 milhões de euros (R$ 88 milhões). Já no Fortaleza o elenco tem valor 20.30 milhões de euros (R$ 84 milhões).

Na soma simples de receitas em 2019 e valores atuais dos elencos, o Clássico-Rei do próximo dia 3 de agosto envolverá mais de R$ 300 milhões (para ser exato R$ 322 milhões tomando como base as receitas mínimas dos times).

Evidente que na comparação com os maiores clubes do país, Fortaleza e Ceará estão ainda longe em poder de competitividade e estrutura, mas a realidade de ambos hoje, comparando com anos anteriores, é extremamente mais positiva e profissional, a julgar não só pelos valores aqui apresentados, mas também, por exemplo, pela existência de bons programas de sócios, receitas fixas, investimentos em estrutura, geração de empregos diretos e indiretos.

Os rivais também têm que se orgulhar da presença de público na Série A. O Fortaleza tem a quinta melhor média – 28.447 pagantes por partida – enquanto o Ceará tem a sexta melhor, com 23.511 torcedores pagantes por jogo, a frente de clubes como Santos, Inter, Vasco, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Atlético-MG e Bahia.

Respectivamente em 13o. e 14o. lugares após 12 rodadas da Série A, Alvinegro e Tricolor somam 14 pontos, ambos com quatro vitórias, dois empates e seis derrotas. O mando do encontro será do Ceará. Cerca de 50 mil torcedores são aguardados no Castelão.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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