Na língua portuguesa, há quatro variações do porquê: por que, por quê, porque e porquê. E por conta dessa quantidade, uma dúvida sempre vem à cabeça: qual porquê devo usar?
Para explicar, o ORA, POIS contactou Caroline Assis, professora de língua portuguesa da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (Fametro) e mestre em Letras pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Confira as explicações para entender de uma vez por todas:
Por que (separado e sem acento)
É usado no início de frase interrogativa, podendo ser substituído por ‘por qual motivo’; pode também estabelecer uma relação com um termo anterior da oração, podendo ser substituído por ‘pelo qual’; ‘pela qual’; ‘pelos quais’.
Ex.: Por que não posso sair com meus amigos?
Por qual motivo não posso sair com meus amigos?
Não achei o caminho pelo qual passei.
Porque (junto e sem acento)
É usado principalmente em respostas e em explicações. Indica a causa ou a explicação de alguma coisa. ‘Porque’ também é uma conjunção subordinativa causal ou explicativa e, nesse caso, pode ser substituído por pois; visto que; uma vez que; por causa de que; dado que.
Ex.: Choro porque machuquei o pé.
Choro, pois machuquei o pé.
Ela não foi à escola porque estava chovendo.
Ela não foi à escola pois estava chovendo.
Por quê (separado e com acento)
É usado no final de frase interrogativa. Pode ser substituído por ‘por qual motivo’; ‘por qual razão’.
Ex.: Você não comeu por quê?
Você não comeu por qual motivo?
Você não comeu por qual razão?
Porquê (junto e com acento)
É usado para indicar o motivo, a causa ou a razão de algo. Aparece acompanhado de um artigo definido (o, os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer junto de um pronome ou numeral. Pode ser substituído por o motivo; a causa; a razão.
Ex.: Todos riam muito e ninguém me dizia o porquê.
Gostaria de saber os porquês de ter sido mandada embora.
Todos riam muito e ninguém me dizia o motivo.
Todos riam muito e ninguém me dizia a razão.