O russo D. Razumilov abriu processo 1 milhão de rublos, o equivalente a R$ 62.578, contra a empresa norte-americana Apple porque seu iPhone o teria feito “virar gay”. O requerente acusa a gigante da tecnologia de manipulá-lo “em direção à homossexualidade” em 2017, o que teria lhe causado danos morais e de saúde. A informação é da rádio moscovita Govorit Moskva. 

O homem afirma que utilizava um aplicativo de criptomoedas e recebeu, de um desconhecido, 69 dessas moedas virtuais – no caso, as enviadas a ele se chamavam GayCoin. Junto ao presente, Razumilov recebeu a seguinte mensagem: “Não julgue sem tentar”.  Nos documentos redigidos à Justiça, o russo afirma: “eu pensei: como posso julgar alguma coisa sem tentar? Decidi tentar relacionamentos com pessoas do mesmo sexo”.

Na Rússia, a homossexualidade foi descriminalizada em 1993. Ainda assim, o País tem uma forte sentimento anti-LGBT, reforçado em parte por políticas de Estado. É o caso de uma legislação aprovada em 2013 conhecida como Lei da Propaganda Gay, que proíbe a promoção de “relações não-tradicionais” a menores. A ampla interpretação do dispositivo acaba permitindo a repressão tanto nas ruas quanto em produções artísticas. 

Agora, escreveu Razumilov, “eu tenho um namorado e não sei como explicar isso aos meus parentes”. Segundo o queixoso, a vida para ele ficou pior e nunca vai voltar ao “normal”. A advogada do russo, Sapizhat Gusnieva, afirma que a Apple tem responsabilidade pelos programas que disponibiliza na plataforma da Applestore, apesar do contato de Razumilov e o terceiro ter ocorrido em um aplicativo de outra empresa.

O caso vai à julgamento no dia 17 de outubro.