Fortaleza – Coligir os números dos prejuízos com a paralisação dos caminhoneiros (e de empresários do setor “escondidos” na carroceira) já se tornou pauta fatigante, ainda que necessária. Um destes danos diz respeito à joia da coroa estatal, a nossa gigante e maculada Petrobras.
A inépcia do Governo para fazer o básico — qual seja, usar a força para tirar do caminho quem não quer trabalhar e garantir o direito ao ir, vir e divergir — já custou perdas de R$ 115 bilhões em valor de mercado da companhia.
Caiu do podium (por ironia, a sua gasolina mais cara) para um quarto lugar na B3 — atrás de Ambev, Vale e Itaú Unibanco. Ainda em processo de cura, após a ação de uma gangue, somam-se os prejuízos passados e não se sabe onde vão parar as perdas futuras, pois a produção já sofre pela falta de insumos.
Este cenário amargo frente a uma conjuntura internacional favorável, com petróleo caro, implica ser um bom negócio comprar seus papéis hoje? Não. O engasgo estatal segue em seu tanque. Há uma recorrente e nem sempre confessada pressão política sobre a sua direção.
Noutros termos, em função de um sistema tributário oneroso em excesso e confuso, vemos a responsável precificação ser posta em xeque. Ademais, o risco eleitoral ainda é muito alto.
Como se já não fosse o bastante, petroleiros avisam que vão parar. Na pauta, o fim da política de preços e a saída de Pedro Parente. Não, esta gente não está preocupada com a empresa.