Carina Rissi, autora da série Perdida

Carina Rissi, autora da série Perdida

Carina Rissi é apaixonada pela escrita de Jane Austen, sempre tem um livro por perto e, como autora de romances, já vendeu mais de 200 mil exemplares. Publicou o primeiro livro de forma independente. Hoje, caminha na carreira internacional – com publicação em Portugal e direitos vendidos para Rússia, Ucrânia e Itália – e deve ter histórias adaptadas para o cinema. Na próxima quinta-feira, 10, em Fortaleza, Carina lança o livro Prometida, quarto volume da série Perdida. Em entrevista ao Leituras da Bel, a autora fala sobre início de carreira, influências, mercado editoral e, claro, a expectativa para o encontro com os fãs da capital cearense.

Leituras da Bel – Como começou a escrever? Como foi o processo de publicação dos primeiros livros?
Carina Rissi – Comecei a escrever por acaso. Já tinha a história de Perdida rondando minha mente havia uns 2 anos, mas precisei de um empurrãozinho para criar coragem e colocá-la no papel. (É meio assustador ser escritor, se você parar para pensar. É como convidar as pessoas a dar uma espiada dentro da sua cabeça.) E esse empurrão veio nas palavras de uma escritora que admiro muito. Eu estava assistindo a uma entrevista de Stephenie Meyer, que começou a contar como foi para ela começar a escrever. Conforme ela falava sobre mundos e amigos imaginários, eu fui me identificando demais com aquilo tudo e me questionei se eu também seria capaz. Assim que a entrevista terminou, eu peguei o celular, abri um aplicativo de texto e comecei a esboçar o que mais tarde se tornou os primeiros seis capítulos de Perdida. Acho que ninguém ficou mais surpresa quando eu terminei livro do que eu mesma.

LDB – E depois?
Carina – Aí veio a parte realmente difícil: conseguir uma editora. Eu não tinha ideia de como o mercado literário funcionava. Meu marido — e também meu agente — foi quem tomou a frente de tudo. Sem ele, acho que Perdida ainda estaria na gaveta. (Ele acredita mais em mim do que eu mesma. rsrs) Seguimos o caminho tradicional, enviando o original para as editoras. Mas depois de algumas recusas, comecei a ficar impaciente. Decidimos lançar o livro de maneira independente. Foi a melhor decisão que já tomei.

LDB – Qual o maior desafio ao construir uma narrativa?
Carina – Minha maior preocupação quando me se sento para escrever é manter o leitor interessado. Meus livros são longos, então é sempre um tremendo desafio não perder a atenção do leitor, construir personagens e tramas que o deixe ansioso para virar a próxima página. Acho que esse é o desafio de todo escritor.

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LDB – Hoje, no Brasil, há uma preferência pelos romances em detrimento dos contos e das poesias?
Carina – Eu não sei. Talvez. As editoras lançam livros de todos os gêneros, mas se você parar para olhar as vitrines das livrarias, vai perceber que elas são dominadas por todas as categorias de romance (fantasia, suspense, romântico, chick lit, aventura…). Imagino que seja assim por haver uma maior procura. Mas realmente não sei.

LDB – Você é uma leitora voraz? Quais as tuas principais referências literárias?
Carina – Sou sim. Não vivo sem um livro ao alcance das mãos desde que aprendi a ler. E gosto de tudo, sobretudo chick lit, o gênero onde me arrisco como escritora. Minhas maiores referências são Jane Austen, Sophie Kinsella e Marian Keyes. Três mulheres incríveis cujas obras me inspiram de todas as maneiras.

LDB – Quais aspectos da obra de Jane Austen você carrega?
Carina – Jane me influencia e inspira de todas as maneiras, da construção de personagens a trama em si. Por isso costumo colocá-la em todos os meus livros. Algumas vezes é bastante evidente, outras só os fãs loucamente apaixonados por Jane — como eu — vão perceber. É minha maneira de dizer muito obrigada a ela. Fico eufórica quando um dos meus leitores diz que descobriu Jane Austen por meio dos meus livros. Nunca sei se fico mais feliz em saber que esse leitor está lendo um livro meu ou de Austen.

LDB – Como está sendo transformar os livros em filme? Há alguma previsão para as filmagens começarem?
Carina – Eu pensava que o mercado editorial era demorado. Isso porque eu ainda não conhecia o mercado cinematográfico! É compreensível, já que uma produção custa alguns milhões. Estou empolgadíssima para ver uma obra minha no cinema. Por causa dos meus inúmeros projetos, ando acompanhando as adaptações de longe e até onde eu sei, ainda não há uma data definida para iniciar as filmagens. Espero que aconteça em breve.

LDB – Qual tua expectativa para o encontro com os fãs de Fortaleza?
Carina – Ah, minhas expectativas estão nas alturas! Fui recebida com muito carinho na última vez em que estive na cidade. Estou louca para matar a saudade dos meus leitores cearenses. Vai ser um evento lindo!

Serviço
9788576864608Lançamento de Prometida com presença da autora Carina Rissi
Quando: quinta-feira, 10 de novembro, às 18 horas
Onde: Livraria Saraiva (Shopping Iguatemi)

 

Prometida
Páginas: 476
Preço: R$ 37,90
Editora: Verus | Grupo Editorial Record

About the Author

Isabel Costa

Inquieta, porém calma. Isabel Costa, a Bel, é essa pessoa que consegue deixar o ar ao redor pleno de uma segurança incomum, mesmo com tudo desmoronando, mesmo que dentro dela o quebra-cabeças e as planilhas nunca estejam se encaixando no que deveria estar. É repórter de cultura, formada em Letras pela UFC e possui especialização em Literatura e Semiótica pela Uece. Formadora de Língua Portuguesa da Secretaria da Educação, Cultura, Desporto e Juventude de Cascavel, Ceará.

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