Por Thaís Brito (do canal Fantástico Mundo de Jane Austen)
Mais uma vez, uma das protagonistas de Jane Austen ganha um lugar no mundo das vlogueiras. Na nova adaptação de A Abadia de Northanger, Catherine Morland é interpretada pela atriz norte-americana Madeline Thatcher. Parte do papel dela na websérie The Cate Morland Chronicles (CMC) é fazer o público se encantar com uma fangirl apaixonada pelo universo das séries, filmes, quadrinhos e pela cultura geek. Como ela mesmo curte teatro, literatura e vários fandoms, a tarefa não foi difícil.
Madeline concluiu o bacharelado em Literatura Inglesa na Brigham Young University, em Utah, e iniciou mestrado na mesma área na Universidade. No futuro, ela planeja conciliar uma carreira acadêmica com a atuação. Em entrevista cedida ao canal Ao Fantástico Mundo de Jane Austen e publicada pelo Leituras da Bel, ela conta a experiência de ser Cate Morland e de despertar um olhar para o orgulho nerd no universo feminino. E para quem acompanha o canal no Youtube (link aqui), aí vai uma dica: teremos novas entrevistas com a equipe de CMC durante a semana!
Você é uma fangirl como a Cate? Quais são as suas paixões na cultura pop?
Madeline – Definitivamente eu sou como a Cate! Comecei a ser fã muito cedo – eu comecei a ler a série de Harry Potter quando eu tinha cinco anos. Depois disso, fui apresentada a vários fandoms diferentes e, como a Cate, eu adoro todos eles. Meus fandoms preferidos de agora incluem Harry Potter (claro!), Doctor Who (o Décimo Doutor é o meu preferido!), Supernatural e Sherlock. Embora eu navegue por outros (como Once Upon a Time e produções da Marvel, mas não sou tão fanática como nos primeiros casos). Não sou muito ativa no Tumblr (sou mais observadora), mas amo ler fanfics e até escrevo algumas.
Nos comentários dos episódios, vemos que o público se identifica com a Cate. Como você se sente ao dar voz à força das meninas na cultura nerd?
Madeline – Para responder, eu preciso fazer um histórico de como cheguei até esse projeto. Quando eu vi os anúncios de audições para o elenco, eu fiquei surpresa ao ver o quanto me identificava com a Cate. Ela era uma fangirl, ambiciosa, recém-formada (como eu seria em pouco tempo) e parecia ser apaixonada pela vida, e isso eu achei inspirador. Liguei para minha mãe na mesma hora e disse: “Eu preciso tentar – essa personagem sou eu”. Quando eu soube que tinha conseguido o papel, eu fiquei super animada e comemorei organizando minha coleção de camisas nerd (dá pra ver algumas no primeiro episódio!) e me atualizando em Doctor Who. A cultura dos fãs tem sido mais valorizada nos últimos anos. E eu cito Ben Wyatt, do sitcom Parks and Recreations: “Sabe, a cultura nerd agora é moda. Então quando você usa a palavra “nerd” num tom pejorativo, isso significa que você é que está fora do tempo”. Porém, essa cultura ainda é estereotipada. E eu acho que a Cate luta para quebrar esses estereótipos. Quando eu falo dos meus fandoms para as pessoas, elas se surpreendem por eu me apegar a personagens e histórias e dizem que eu não “pareço diferente”. A Cate prova que eu não preciso parecer ou agir de alguma forma para ser considerada uma fangirl. Se você é uma fã e é uma garota, existe um lugar pra você. É simples assim.
As heroínas de Jane Austen costumam aprender muito sobre elas mesmas e sobre os outros ao longo de cada romance. Como você vê o caminho trilhado por esta nova Cate? O que ela aprendeu até agora?
Madeline – Acho que a ingenuidade da Cate é a ruína e o charme dela. Acho que todas as fãs (talvez seja só comigo?) desejaram que a fantasia fosse a realidade. Não consigo enumerar quantas vezes eu lamentei nunca ter recebido uma carta de Hogwarts ou nunca ter sido convidada como companhia de viagem com o Doutor. Aceitar que a realidade existe sem estes elementos fantásticos pode uma parte bem difícil, embora necessária, do crescimento. Ainda assim, eu vejo esse aprendizado como a jornada de Cate, que precisa separar fantasia da realidade enquanto ainda mantém aquele entusiasmo juvenil sobre o mundo e suas qualidades mágicas. Porque elas certamente existem, mesmo que sejam difíceis de encontrar. E eu acho que o desenvolvimento da Cate como personagem até agora foi descobrir que as pessoas nem sempre são o que parecem… Mas ela ainda tem muito o que amadurecer!