Por Anna K Lima*
minha galáxia não é modesta, não se delimita entre as calçadas, não se apossa de nenhum território. minha galáxia não se confunde com silhuetas estelares, não se verbaliza em sujeitos e adjetivos: predicativa as metonímias. minha galáxia alitera todas as minhas boas intenções e reescreve o rumo da história que eu havia inventado minutos antes de dar o primeiro passo. minha galáxia percorre caminhos sinuosos e, mesmo com os cadarços desamarrados, e não se cansa, e são nas noites de luas cheias que ela dança num ritual cósmico de energia pura e destilada para celebrar o existir desde o big bang. minha galáxia supera as nebulosas e não cede aos encantos de cometas. minha galáxia está apaixonada e vai se expandir e se achegar, percorrer o caminho inverso da explosão.
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Anna K Lima
Nasceu em Fortaleza, mas se espalha pelo mundo. É escritora: participou do Prêmio Ideal Clube de Literatura, Laboratório: Dois Pontos, Antologia Massanova e Metropolis. Autora de Claviculário. Publica em blogs seus textos e ideias. Integrou a Oficina Literária da FLIP de 2007. Escritora de cartas. Produtora cultural. Apaixonada pelo Cariri. Mediadora de oficinas literárias. Zineira.
Precisamos disso: “Reescrever o rumo da história”. Excelente texto!