(Foto: Gaudilab/GettyImages)

Tem intenção de começar uma franquia? Saiba como identificar o momento para começar e quais passos seguir

Você tem um pequeno negócio e deseja começar a franquear, mas não sabe como, nem por onde começar. Ou, talvez, tenha poucas informações e não esteja seguro sobre qual a hora certa para dar esse passo no empreendimento. Começar uma franquia implica em responsabilidades de transferência de informações, acompanhamento e supervisão constantes.

Segundo o mestre em administração de empresas Rogério Morais*, o melhor momento para começar a franquear é após dois anos de mercado. “É necessário tempo para avaliar a capacidade de longevidade dos negócios. É preciso ter sucesso, já que a franquia é a reprodução de um negócio bem sucedido, pois gerir uma franquia pode ser bem diferente de gerenciar sua empresa no segmento em que você conhece”, afirma.

Modos de franquias
Em relação aos tipos de franquia, é possível destacar os seguintes tipos: franquia individual, em que cada unidade franqueada possui um endereço exclusivo, bem como um contrato. As franquias store in store, como cafés que funcionam em livrarias. As microfranquias, que possuem valores mais baixos e podem ser montadas como quiosques em corredores de shoppings; e franquias de conversão, que surgem quando um empresário tem um negócio existente e deseja convertê-lo em uma franquia. Dessa forma, o empreendedor já aplica o conhecimento adquirido anteriormente e precisa apenas se adaptar aos critérios e adequações de varejo.

Primeiro passo para franquear
Antes de começar, é importante se atentar à licença do uso de marca, que se configura como a autorização pela qual o titular concede a um interessado o uso da marca registrada. Na franquia, além da utilização da marca, o pretendente é obrigado a reproduzir o padrão da forma de trabalho da empresa franqueadora.

“Se você tem uma empresa e deseja expandir suas atividades por meio do processo de franchising, é necessário formatar todos os seus processos”, diz Rogério Morais. É preciso criar manuais de todos os procedimentos adotados, sem esquecer que a estrutura física deve também ser reproduzida em todos os detalhes.

Desenvolver o relacionamento é fundamental para escolher os franqueados corretos, pois toda parceria exige intenso intercâmbio e cada um será como um sócio do seu negócio. “Aquilo que era sua mercadoria própria agora será aberta para aqueles que quiserem adquirir e reproduzir o seu conhecimento”, informa Morais.

Quais as vantagens de entrar nesse mundo?
Há duas maneiras tradicionais de ampliar seus negócios. A primeira é o processo orgânico, no qual se investe com recursos próprios, conquistados por meio de financiamento ou do lucro alcançado pela empresa. A outra forma é sistema de franchising, que, de acordo com o especialista, tem como principal vantagem a entrada de capital de terceiros, além de permitir uma expansão mais ágil.

Um exemplo é a Maria Pitanga Açaí. A empresa começou em 2010 como um pequeno restaurante, que, em paralelo, fazia a distribuição de polpas de açaí. Em 2011, foi aberto o primeiro quiosque de açaí no bairro Cocó. Nos anos seguintes, o empreendimento foi expandido para o Lago Jacarey e a Avenida Beira-mar.

Diretor financeiro da franquia, Tales Ximenes, 31, conta que a primeira franquia foi colocada em 2014. Após esse passo, a empresa se expandiu: “fizemos uma pesquisa de mercado e percebemos que esse é um modelo de negócio em que se pode crescer. Hoje, temos 50 franquias no Nordeste, com exceção da Bahia, e uma em Brasília”. Sobre as vantagens desse modelo, o diretor financeiro fala que já entra com um negócio aprovado e a possibilidade de se inserir em uma marca já conhecida para ter uma garantia de negócio sustentável.

*Rogério Morais é Gestor Estadual de Comércio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado do Ceará (Sebrae/CE)

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