Felipe Milanez, editor da National Geographic Brasil, foi demitido depois de críticas, feitas no Twitter, à revista Veja. As duas revistas são publicadas pela editora Abril.
As críticas referem-se à matéria A farra da antropologia oportunista [publicada em 5/5/2010], que já rendera outra polêmica, abordada em post neste blog.
A demissão aconteceu nesta terça-feira [11/5] depois de três postagens que Milanez fez na sua página do Twitter.
Milanez é jornalista e mestre em Ciência Política pela Universidade de Toulouse (França), como informa em seu perfil no microblog.
[As postagens estão reproduzidas exatamente da forma anotada por Milanez.]
A primeira postagem, foi anotada em 7/5:
«Para os “colegas” que assinaram a matéria “repugante” anti-indígena na Veja (p/ a gente não esquecer no futuro – os indios tem memória)»
No dia 9/5, outros dois posts:
«Veja vomita mais ranso racista x indios, agora na Bolivia. Como pode ser tão escrota depois desse seculo de holocausto? http://migre.me/D7WI»[Referência à matéria “A farsa da nação indígena”.]
«Eu costumava ignorar a idiota Veja. Mas esse racismo recente tem me feito sentir mal. É como verem um filme da Guerra torcendo pros nazistas»
E por, fim no dia 11/5, depois da demissão, uma postagem melancólica:
«To destruído, muito chateado. Acabo de ser demitido por causa dessa infeliz conta de Twitter. Sonhos e projetos desmancharam no ar virtual»
Amigo Plínio,
Tudo bem, podemos ter nossas opiniões, o cara não é obrigado a gostar da Veja… Mas, pôxa, faltou bom senso ao jornalista. As redes sociais não são meras fantasias virtuais – elas correspondem exatamente a andar em público na rua. Estamos expostos. Além do mais, falar mal de um produto da empresa em que trabalha é falta de ética. Eu demitiria também. A crítica, nesses casos, deve ser colocada com propriedade e internamente.
Abraço!
Vc não perdeu nada.Aliás, saiu ganhando por sair da sujíssima Veja.
Infelizes foram os comentários dele. Tenho certeza que da próxima vez seu comentários serão menos públicos. Ingênuo…
Realmente, o cara é jornalista e mestre em Ciência Política pela Universidade de Toulouse (França) e faz isso? O que ele esperava? Receber um convite para fazer uma reforma editorial na Veja? Ou ele achava que estava falando sozinho na Internet? Quanta ingenuidade… E a culpa é da infeliz conta de twitter?
Gostei dele por ser contra a nojentíssima Veja, mas tem duas coisas nele que me incomodaram: a burrice de i contra a empresa e achar que twitter (do jeito que hj é uma modinha) é restrito e poucas pessoas veem; e escrever errado. Ranso é ranço, com ç.
De fato Veja é a pior coisa que existe no jornalismo brasileiro. A National Geographic, ao contrário, é uma das melhores publicações do mundo. Pena para esse cara e para todos os jornalistas brasileiros que sonham em trabalhar na National Geographic que ela seja, em nosso país, editada pelo Grupo Abril. Mas o cara deu bobeira mesmo. Infelizmente esse é um risco que todos nós corremos. Hoje se fala muito em liberdade de expressão, mas o fato é que estamos mais é num Big Brother em que somos observados a cada passo que damos, ainda que fora do trabalho.
E escrever “i contra a empresa” tudo bem….