"O diabo do jogo", de Hélio Rôla (clique para ampliar)

Meu artigo publicado na edição de hoje (13/1/2011) do O POVO.

Quem nos protege da polícia?
Plínio Bortolotti

De dezembro para cá, este é o terceiro artigo que escrevo sobre segurança pública, pois tornou-se assunto mais do que preocupante, em vista da aparente pouca disposição do governador Cid Gomes (PSB) para enfrentar o assunto com o vigor exigido. (No blog dou o link para os outros textos sobre o assunto.)

Volto ao assunto devido à matéria publicada ontem – com sequência na edição de hoje – em que este jornal noticia ameaça de morte contra a secretária do Centro de Fortaleza, Luiza Perdigão.

Devido à sua ação contra os “produtores” de CDs piratas, a secretária viu-se confrontada com o chefe de uma milícia que vende segurança aos criminosos: um tenente da Polícia Militar, licenciado da corporação há três anos para “tratamento renal”.

O tenente tem nome, sobrenome e local de atuação conhecidos, mas continua com suas práticas criminosas. As informações sobre o tenente foram repassadas pelo ex-secretário da Segurança, Roberto Monteiro, que viu suas ordens para investigar o caso desprezadas pelo comando da PM.

Recentemente a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos divulgou relatório mostrando a existência de grupos de extermínios em vários estados brasileiros, o Ceará incluído. O ouvidor nacional, Fermino Fecchio Filho afirmou: “Não tem grupo de extermínio se não tem polícia envolvida”. Disse ainda que muitos dos assassinatos atribuídos a traficantes, na verdade, são execuções praticadas por grupos de extermínio.

Na matéria publicada ontem, revela-se que esse tenente fora expulso da corporação quando ainda era cabo, mas foi readmitido por ordem judicial. É outro ponto abordado por Fermino: “As violações aos direitos humanos são alimentadas por duas falhas estruturais do sistema, a negligência do Judiciário e o corporativismo policial”.

Portanto, creio que, a par das críticas que a sociedade e os jornais dirigem ao Executivo e ao Legislativo, é chegada a hora de se ter um olhar mais acurado também para o Judiciário.

Artigos

Veja os outros artigos que escrevi sobre o tema:
Secretário da Segurança: o novo e e velho
Corregedoria autônoma para as Polícias do Ceará

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