Meu artigo publicado na edição de hoje (5/5/2011) do O POVO.
Festa macabra
Plínio Bortolotti
1) É óbvio que a ordem era para matar Osama bin Laden; se capturado vivo, os Estados Unidos teriam um problema sem tamanho nas mãos.
2) O fato de o corpo ter sumido, supostamente atirado no mar, nada tem a ver com o cuidado que o governo dos EUA diz ter com as tradições islâmicas; assim fosse o comportamento americano seria diferente em Guantânamo, e os tristes episódios na penitenciária de Abu Ghraib (Iraque) não teriam acontecido.
3) Ainda é obscuro o papel do Paquistão no ataque a Bin Laden; mas parece estranho que, depois de uma ação estrangeira em seu território, seja o governo paquistanês que tenha de vir a público se explicar, abdicando de seu papel de nação soberana.
4) Nenhuma declaração do governo americano sobre o que aconteceu dentro da casa na qual Bin Laden foi morto é digna de crédito, como se verdade fosse. O que os Estados Unidos oferecem é uma versão dos fatos, sujeitos a verificação.
5) Os Estados Unidos são um país guerreiro; cada uma de suas gerações teve a sua guerra. Com Bin Laden morto, arrumar-se-á outra face para simbolizar o inimigo.
Esses aspectos, a meu ver, mereceriam mais atenção de uma cobertura jornalística, que é intensiva, mas repetitiva, e muito crédula nas versões oficiais.
Agora, o mais chocante foi a festa, tipo final de campeonato, que varreu os Estados Unidos, depois da morte de Bin Laden.
Partamos do princípio de que, por vezes, provocar a morte de alguém é necessário – no caso de autodefesa, por exemplo. Ou quando se está em um campo de batalha e se é obrigado a fazer e a responder ao fogo inimigo. Mas daí a “comemorar” mortes soa como algo obsceno.
Ao fim de toda guerra há comemorações, mas o que se festeja é justamente o fim da matança, a chegada da paz, uma celebração à vida. O que se viu nos EUA foi o inverso disso: uma festa macabra, comandada por um Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama.
Desculpem-me, mas essa “comemoração” me fez lembrar o lema fascista do franquismo: “Abaixo a inteligência. Viva a morte!”
Creio que a única certeza em toda a recente história sobre Bin Laden, de fato, seja a sua morte. O simples fato do mais poderoso indivíduo do Planeta afirmar que o terrorista foi morto, por si só, remete uma exponencial responsabilidade do presidente dos Estados Unidos da América perante a humanidade. Quando e como morreu, entretanto, é um aspecto que ainda não ficou completamente esclarecido. Sufocar a idéia de que Bin Laden virou um “mito” creio ter sido a mais importante intenção dos EUA. Se ele não morreu que apareça agora para desmoralizar o presidente da país mais poderoso do Mundo. Numa improvável hipótese de Barac Obana estar blefando, será que o Bin Laden, ainda que esteja vivo vai meter a cara para dizer “eu estou vivo”? Assim morre o mito…
Não concordo com alguns apectos abordados. Acho que a festa foi pouca pela morte desse crápula sanguinário, assassino e covarde. Somando todas as mortes que esse estúpido extremista causou, são milhares de vidas inocentes ceifadas sem sem saber porquê. Sou seu fã, mas acho que a dor de quem perdeu um ente querido não vai passar nem com a morte desse “animal”.
Os Estados Unidos da América são o responsável tanto pela formação belicosa de Osama e o seu posterior paroxismo de ódio às relações estadunidenses na Arábia Saudita, quanto da necessidade de que o mesmo Osama ser morto. Efeitos bumerangue da política externa dos EEUU – que pode ser chamada de terrorismo político de Estado.
Caro Plínio, permita-me as citações a seguir, num desejo de propor subsídio a quem interessar entender porque ainda não estamos em um mundo seguro:
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(…) Blowback não significa meras reações a acontecimentos históricos, mas a operações clandestinas realizadas pelo governo dos EUA com o objetivo de derrubar regimes estrangeiros, ou de obter a execução de pessoas que os Estados Unidos querem ver eliminadas por exércitos estrangeiros “amigos”, ou de ajudar a lançar operações de terrorismo de Estado contra populações além-mar. O povo americano pode não saber o que é feito em seu nome, mas aqueles que são alvos certamente sabem – inclusive os povos do Irã (1953), Guatemala (1954), Cuba (de 1959 até hoje), Congo (1960), Brasil (1964), Indonésia (1965), Vietnã(1961-73), Laos (1961-73), Camboja (1961-73), Grécia (1967-74), Chile (1973), Afeganistão (de 1979 até hoje), e Iraque (1991 até hoje), para citar apenas os casos mais óbvios. (…)
Os ataques do 11 de Setembro descendem numa linha direta de acontecimentos de 1979, o ano em que a CIA, com plena autorização presidencial, começou a executar sua maior operação clandestina – armar secretamente os guerreiros da liberdade afegãos (mujahedin) para fazer uma guerra por procuração contra a União Soviética, o que envolvia o recrutamento e o treinamento de militantes de todo o mundo islâmico. Vários membros do atual gabinete de Bush foram cúmplices na criação do blowback do 11 de Setembro. O general Colin Powell certamente sabe por que “eles” devem nos odiar. Ele foi o último assessor de segurança nacional de Ronald Reagan e o chefe do Estado Maior Conjunto durante o governo de George W. Bush. Entre muitos outros há o ex-secretário de defesa Dick Cheney; a ex-funcionária do Conselho de Segurança Nacional Condoleezza Rice, o ex-confidente de Reagan e seu emissário para Saddam Hussein, Donald Rumsfeld, e Paul Wolfowitz, ex-funcionário do Pentágono nos governos de Reagan George H.W. Bush. Durante os anos de 1980, esses funcionários idealizaram e implementaram a guerra secreta no Afeganistão e em seguida, depois da retirada da União Soviética, tomaram a decisão de abandonar os agentes islâmicos dos Estados Unidos.
(…) [Zbigniew] Brzezinski [ex-assessor de segurança nacional do ex-presidente Carter], Carter e seus assessores no governo Reagan, inclusive George W. Bush, Cheney, Rumsfeld, Rice, Wolfowitz, (…) e Powell – e nenhum deles foi à frente para chamar a atenção para essa história – todos têm alguma responsabilidade por 1,8 milhão de baixas afegãs, 2,6 milhões de refugiados e dez milhões de minas terrestres que não explodiram, o que se seguiu a suas decisões, bem como pelo “efeito colateral” que se abateu sobre a cidade de Nova York em setembro de 2001, vindo de uma organização que ajudaram a criar durante anos de resistência afegã anti-soviética,
A CIA apoiou Osama bin Laden, assim como muitos outros fundamentalistas extremistas entre os mujahedin no Afeganistão, pelo menos de 1984 em diante. Em 1986, construiu para ele um complexo de treinamento e depósitos de armas e túneis perto da cidade afegã de khost, onde ele treinou muitos dos 35 mil “afegãos árabes”. Os homens de Bin Laden eram um tipo de Brigada Abraham Lincoln islâmica de jovens voluntários vindos do mundo mulçumano que queriam lutar ao lado dos afegãos contra a União Soviética. Em agosto de 1998, por ordem do presidente Bill Clinton, o complexo de Khost foi atingido por mísseis de cruzeiro, em retaliação aos ataques de Bin Laden naquele mês às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia. Pelo menos uma vez a CIA sabia exatamente onde estavam os alvos, uma vez que os construíra.
Osama bin Laden, o bem-relacionado, rico e jovem saudita (nascido por volta de 1957), tornou-se um íntimo aliado de outros amigos da CIA: o príncipe Turki Bin Faisal, chefe do Istakhbarat, o serviço de inteligência saudita, e o general Hameed Gul, chefe do serviço de inteligência do Paquistão (ISI), que os Estados Unidos usaram para escoar dinheiro e armas para os mujahedin, com o objetivo de manter uma fachada de neutralidade à União Soviética. A partir de 1982, o ISI também assumiu a liderança do recrutamento de mulçumanos radicais para irem ao Paquistão recebeu treinamento e lutar do lado afegão.
Só depois de os russos bombardearem o Afeganistão, levando o país de volta à idade da pedra e de sofrerem uma derrota como a do Vietnã, e só depois de os Estados Unidos se distanciarem da morte e da destruição que a CIA havia ajudado a causar, foi que Osama bin Laden se voltou contra seus aliados americanos. A gota d’água, no que se refere a Bin Laden, foi a maneira como os soldados americanos “infiéis” – cerca de 35 mil deles – permaneceram na Arábia Saudita depois da primeira Guerra do Golfo para apoiar aquele regime fortemente autoritário. Cidadãos devotamente mulçumanos daquele reino viram a presença dos soldados como uma humilhação para o país e uma afronta a sua religião. Sauditas dissidentes começaram a lançar ataques contra os americanos e contra o próprio regime saudita. Em junho de 1996, terroristas associados a Osama bin Laden atacaram apartamentos das Torres Khobar, perto do aeroporto de Dhahran, matando 19 membros da força aérea americana e ferindo muitos mais.
Naquele mesmo ano, o comentarista de relações internacionais William Pfaff fez uma previsão sensata: “Dentro de 15 anos no máximo, se as atuais políticas americana e saudita continuarem, a monarquia saudita será derrubada e um governo radical e antiamericano assumirá o poder em Riad” [Los Angeles Times, 28 de junho de 1996]. Tal curso de eventos ocorrera em outros lugares muitas vezes antes – em Cuba, Vietnã, Irã, Grécia, Filipinas e Coréia do Sul, onde povos indígenas lutaram firmemente para se libertar das ditaduras apoiadas por americanos. Mas a política externa americana permaneceu no piloto automático, em vez de se retirar de um lugar onde a presença dos EUA só piorava uma situação perigosa. Só depois da derrota do Iraque na primavera de 2003 os Estados Unidos realmente anunciaram que retirariam a maior parte de suas forças da Arábia Saudita. Na época, porém, o gesto não teve significado. Os Estados Unidos têm forças maciças concentradas nos próximos Qatar, Kuwait, Bahrein, Repúblicas Árabes Unidas e Omã, sem contar suas bases recentemente adquiridas em países mulçumanos como Iraque, Afeganistão, Jordânia, Quirguistão, Uzbequistão, Paquistão, Djibuti e em territórios com grandes populações mulçumanas, como Kosovo e sérvia. Tudo isso sugere um futuro de blomback contra os Estados Unidos.
(…)
Chalmers Johnson
Cardiff, Califórnia
Outubro de 2003¨
Extraído do Livro Blomback, originalmente escrito em 1999, mas a ficha só caiu em 2001…
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Não estamos em um mundo mais seguro depois do que houve. Tanto que a primeira atitude do governo Obama, após disparar os tiros, foi manter alertas embaixadas e escritórios no Oriente.
A quem interessar, sugiro a leitura da trilogia de Chalmers Johnson: Blowback, As Aflições do Império e Nemesis.
Feliz cada novo dia…
Até que enfim leio algo de sensato sobre a morte do O*ama.
Penso que a morte de Mussolini teve um desdobramento pior do que a de Bin Laden. Nem por isso deixou de ser cultuado em algumas partes da Italia. Hitler ainda hoje tem seguidores. O problema de Bin Laden é que desenvolveu uma Guerra assimétrica, sem fronteiras, causando sérios problemas aos EEUU e ao mundo. Sua morte nao poderia ser diferente e a comemoração pelo povo americano é fruto dos reveses sofridos. Seria bom ouvir o jornalista se Bin Laden tivesse derrubado o Cristo Redentor no lugar das torres gemeas, talvez pensasse diferente.
Plínio, sinto dizer que não concordo com quase nada do que o sr disse.
De fato, comemorar a morte não é algo que ninguém faz com satisfação (não pela morte em si), mas entendo o sentimento desse povo, coisa que o sr como jornalista inteligente que é, poderia tentar compreender. Não tem como ficar apático diante da morte de um terrorista, assassino e monstruoso, que matou tantos e tantos familiares e amigos americanos de cada um deles. Foi uma comemoração em massa, pelo simples fato de que alguém como este homem não está mais livre para fazer o que bem entender, e cometer outras desgraças. Independente de ser morte, ou prisão, condenação..execução, claro que há o que comemorar!! A sociedade americana está livre desse monstro que tanto mal causou-lhes. Me admira o sr. vir fazer uma crítica ao contentamento dos americanos (que tanto sofreram). O sr não passou por esse sofrimento, assim, creio eu que não pode saber como reagiria se estivesse em seu lugar. Um abraço! Andrea
Quem acha que o Bin Laden era um sanguinário não leu nada sobre a guerra do Vietnã e como os americanos tratavam as meninas e idosos que encontravam nas aldeias, sozinhos, sem os parentes homens que estavam na batalha. Bin Laden não teria sido tão cruel… Não é bom nem dizer, mas, todos sabem…
Quem quiser saber sobre o que os americanos faziam e eu não quis dizer, vejam no google sobre a aldeia vietnamita My Lai.
Quantos inocentes foram mortos pelo OBAMA, BUSH et caterva ?
Nem por isso devemos desejar suas mortes.
A vingançaé um sentimento que nos remete à barbárie.
As consciências bem formadas não podem aceitar sem indignação este frio assassinato.
Políticos e juristas europeus foram quase unânimes na condenação do crime citando a Corte de Haia o caminho para a punição de Osama.
A fúria sanguinária é tanta que um graduado da CIA confessou que obteve informações sob tortura, dando-se ao requinte de descrevê-las. Este cidadão é réu confesso do crime de tortura que é um crime contra a humanidade. Será que a ONU ou algumas dessas ONG’s que dizem defender os “direitos humanos”, tem o “peito”de levá-lo às barras da justiça ?
Faço as minhas palavras as do Eduardo Braga….”até que enfim leio algo sensato sobre a morte do Osama”. Parabéns Plínio, não conhecia seu blog, estava fuçando a net e achei…mas adorei, e apartir de agora vc acaba de ganhar um leitor assíduo, já está nos meus favoritos!
Acho estranho comemorar a morte de uma pessoa. Creio que Deus não quer isso. Jesus veio para mudar a Lei do olho por olho, dente por dente.
UM TIRO QUE SAIU PELA CULATRA! assim que podemos classificar a operação Norte Americana para o assassinado de Bin Laden. Da forma como aconteceu, e da maneira como esta sendo tratada pela imprensa, Governo Americano e seus aliados, so fizeram aumentar a ira e o sentimento Anti-Americano que tomam conta de boa parte do mundo. EUA desde que se estabeleceu como Nação sempre procurou crescer “engolindo” outras Nações, como exemplo primeiro o México. O EUA provou do proprio veneno em 11/11/2011, quando Bin Laden organizou os ataques… mas ora, se Osama foi uma cria Americana para agir a favor de interesses obscuros no Oriente Medio na decada de 80. Claro que os atentados foi um ato deploravel, desumano e nao aceitavel. Muitos radicais islamicos lutam por uma causa justa mas usam de meios totalmente repudiaveis para tentar consegui-los. Vivemos numa ditadura de noticias e passamos por lavagem cerebral a escala mundial, uma educação crítica e libertadora poderá mudar um pouco dessa realidade e tirar as “vendas e cabrecho” que encobrem boa parte da sociedade mundial. Infelizmente so podemos esperar mais atentados, mais inocentes mortos, depois da morte de Osama. A prova disso são os inumeros protestos que tomaram conta do mundo árabe. Boa Sorte EUA….
…. ao colega Antonio P.
Claro que se Bin Laden tivesse derrubado o Cristo Redentor seria tratado de uma forma bem diferente:
O Brasil vive da exploração de nações pobres? e os EUA?
O Brasil interfere na cultura, economia e Politica de outros paises? e os EUA?
É evidente que o Brasil tem manchas em sua historia, tais como no massacre ao Paraguai, mas depois disso nada comparado ao Imperialismo Americano. Fique claro que repudio todo e qualquer ato de violencia contra inocentes, mas quem planta o mal, não podera esperar colher as rosas….
Jonatas G. dos Santos
QUANDO OSAMA BIN LADEN ATINGIU AS TORRES GÊMEAS, MATANDO QUASE 3000 PESSOAS, SEUS SEGUIDORES DANÇARA, FESTEJARAM COMO SE TIVESSEM REALIAZADO UM GRANDE FEITO. Osama foi um monstro que assustou o mundo, matou em nome de seu deus pessoas inocentes. SERÁ QUE O SENHOR PLÍNIO FARIA A MESMA DEDUÇÃO, SE UMAS PESSOAS DE SUA FAMÍLIA, (FILHOS, IRMÃOS, PAIS, ETC) TIVESSEM SIDO TRUCIDADOS POR OSAMA BIN LADEN? Plínio não sentiu na pele e nem no coração a dor de perder entes queridos. Culpar o governo norte americano é fácil, mas enxergar o mal cometido por OSAMA BIN LADEN e ver seus seguidores dançarem e festejarem a queda das torres ghêmeas, comemorando a desgraça alheia, NADA FOI, NADA É, sugere buscar os direitos humanos para o MONSTRO BIN LADEN, nada de direitos humanos para as vítimas desse nojento monstro. NINGUÉM CRITICOU OS SEGUIDORES DE OSAMA AO notarem que eles DANÇARAM E FESTEJARAM, ningúem GRITOU PELOS DIREITOS HUMANOS quando milhares de inocentes foram trucidados desunamamente PELO MONSTRO OSAMA BIN LADEN.
Caro sr. Teixeira,
Não se trata de uma questão pessoal. As vítimas têm o direito de ter ganas de matar alguém ou até se sentir contentes. Mas, o que se viu, foi uma comemoração – como disse – tipo final de campeonato – comandadada por um prêmio Nobel da Paz. É legítimo quando um cidadão se revolte e tem até o direito de vingança, mas o Estado não pode agir desse forma, ou retornaríamos à situação de barbárie. Não se pode combater o terrorismo usando os mesmos métodos do criminoso: dessa forma todos se igualam.
Plínio
SR.PLÍNIO, POR FAVOR, onde fica a soberania, a defesa de seus cidadãos? OISAMA é, foi e será o ídolo do MAL. matar Osama Bin Laden seria o mínimo que podia o governo amricano fazer. Deixar Osama vivo e ESQUECER o mal que ele praticou, seria injustiçar um povo que sofreu na pele O ATO NEFASTO E por que não dizer, HEDIONDO, praticado por OBL! Stalin, Hitler, Mussoline, Lenin, Sadam, FIDEL CASTRO, etc e tal, mereciam morte mais que violenta, MERECEM O INFERNO COMO MORADA ETERNA, IMAGINE OSAMA!
O problema é que o ódio aos EUA, inclusive de alguns brasileiros, remete uma simpatia ou até mesmo uma idolatria ao terrorista assassino. Os seus atentados e as mortes de milhares de inocentes, passam a ser uma coisa normal, simplesmente porque foram contra os americanos.
Vi e ouvi gente aqui no Brasil comemorar e se alegrar com os atentados de 11 de setembro, ao mesmo tempo em que a noticia e as imagens eram divulgadas para o mundo. E ali não morreram terroristas e sim mais de 3 mil pessoas inocentes. Isto por si só explica o comportamento dos amantes de Bin Laden e de outros terroristas.
Plínio, achei muito interessante o seu texto, como também os comentários de André Noronha e Leonardo Ribeiro; Tudo que envolveu esse fato foi muito estranho, a morte de Osama, a atitude do Paquistão, antes, durante e depois!! E o que tenho a acrescentar são meras dúvidas, que um dia a História poderá responder: – E se Osama não morreu?!!! Como um homem como ele viveria e se deixaria pegar daquela maneira?!!! Se tudo não passou de uma farsa e um acordo entre as partes envolvidas visando as próximas eleições americanas?!!!
1- O objetivo do terrorismo de Bin Laden é destruir o Ocidente e seus valores.
2- Com ou sem a morte de Bin Laden, as ações planejadas serão executadas, se os terroristas puderem viabilizá-las.
3- A questão p os EUA , Europa e qq lugar onde haja a presença de símbolos ocidentais, como embaixadas, é neutralizar as ações antes de serem destruídos por elas.
4- Se houver tempo de desarticular estes movimentos antes que eles provoquem uma grande catástrofe, a morte de muitos civis poderá ser evitada . Tudo é uma questão de tempo e de quem vai conseguir destruir o outro primeiro.
5- A morte de Bin Laden como grande estrategista e financiador destas ações foi uma vitória contra o terrorismo.
6- Bin Laden preso e vivo provocaria uma reação muito maior de seus seguidores que fariam tudo para libertá-lo.
7- Será muito difícil conseguir desarticular as organizações terroristas. Portanto o risco foi, é, e será grande. Sem Bin Laden ficou menor, pois o movimento perdeu um grande estrategista e financiador. De qq forma, os planos para aterrorizar pessoas já estão traçados. A destruição das torres gêmeas foi planejada durante anos.Outros estão sendo conduzidos.
8- Certamente muitas ações foram desarticuladas. Mas muitas outras aterrorizantes como envenenamento do ar ou da água, disseminação de doenças, ou sabe-se lá mais o quê devem estar sendo meticulosamente articuladas. Inércia inexiste nessa questão.
8- Seria mais construtivo se houvesse mais consciência do mau que são capazes de fazer, ao invés de criticas à medidas de segurança nos aeroportos e à morte dos planejadores do fim dos cruzados e hebreus.Uma ingenuidade certamente à favor destes gênios do mau.
A ação estadunidense relativizou a soberania paquistanesa, feriu todos os acordos geopoliticos que norteiam as relações entre países membros da ONU e anulou os direitos humanos. Difícil concordar com tanta violência.
Pior que isso é a cobertura da imprensa servil, que adora as expressões “homem mais poderoro do mundo”, “única superpotência”, “falcões de Obama” – e o Jabor, que não tendo mais o Lula para dele falar as mesmas coisas, repete-se em loas ao Obama, não querendo avaliar a política externa do império que está a ruir.
Feliz cada novo dia…
CARO JORNALISTA PLINIO: PENSO QUE, AO CRITICAR A CONDUTA DOS EUA NA MORTE DE BIN LADEN, VOCÊ INDIRETAMENTE APOIA OS SEGUIDORES DESSE TERRORISTA. NÃO ENTENDO POR QUE SETORES DA IMPRENSA, OU ALGUNS JORNALISTAS, TÊM TANTO ÓDIO AOS EUA ??? Lembrem-se que se não fossem os EUA, Hitler teria dominado o mundo, impondo o Nazismo. E se um dia os MUÇULMANOS dominarem o mundo e colocarem uma BURCA em todos nós ? É isso que querem ? O internauta FREITAS SANTOS tem razão quando indaga o motivo do ódio aos americanos.
(repito hoje porque mandei ontem e não saiu no blog)
Caro sr. Pedro,
Obviamente o sr. não tem a obrigação de ler tudo o que escrevo; mas, em contrapartida, tenho o direito de me sentir injustiçado quando se faz ilações – tipos a que o sr. faz – a partir de um único texto que produzo.
Assim, se já houvesse lido algo mais do que escrevo saberia que eu não tenho “ódio” aos EUA (a propósito, não tenho “ódio” e a nenhum país ou povo). Já escrevi artigos mostrando que abomino os métodos dos integristas muçulmanos (aliás, de qualquer fundamentalismo) e penso que os direitos humanos fundamentais são valores universais.
Agradeço a sua leitura e o seu comentário.
Plínio
Melhor dizendo,
Se bem entendi, o artigo tende a ser favorável ao terrorista Bin Laden à medida que critica a ação que o eliminou e os que se alegraram com isso. Mas viva a democracia, cada um pensa a seu modo.
Caro sr. Augusto,
De fato, cada um pensa a seu modo; incluindo aqueles que querem distorcer o pensamento dos outros.
Plínio
Depreende-se destes fatos o seguinte: “Terroristas do mundo todo agoram podem ter a certeza: “um dia os SEAL’s irão mirar as vossas cabeças e atirarão, se vocês sobreviverem eles atirarão novamente!””
A humanidade caminha à passos largos em direção aos ódios recíprocos, isto é preocupante, pois, nossa finalidade, neste mundo é respeitar as diferenças e dizer não ao ódio, respeitar ao máximo as discordâncias de pensamentos, ideologias, crenças e vontades; criminosos são criminosos e mais nada. Devem sempre sere julgados.
Talvez aquele que retalie usando os mesmos métodos de desconsideração aos princípios basilares das leis se torne tão imperioso e cruel quanto seus algozes.
O Sr. Laden deveria ser capturado, levado aos Estados Unidos para julgamento militar e ter sua pena, fosse qual fosse, aplicada em solo americano, já que muitos falam em diversas teorias de direito nos comentários, não restariam dúvidas quanto a aplicação do princípio da territorialidade das leis…
Julgaram os criminosos de guerra alemães em Nuremberg, mas a pena de morte aos criminosos nazistas nunca foi questionada pelos ocidentais, a ação militar perpetrada contra o Sr. Laden, ao meu modo de ver é questionável sob os pontos de vista moral e legal, capturaram (o exército americano) julgaram e enforcaram Sadam Hussein, outro notório genocida, transmitiram as imagens, me pergunto, sob que argumento, que ponto de vista, nós ocidentais, mereceríamos que um inimigo tão feroz e assutador tivesse tantos privilégios? Caçado, encurralado e discretamente jogado no mar da arábia! Tudo ás escuras e de modo nebuloso, somente restando aquilo que todos estamos vendo, os ódios se inflamarem cada vez mais, e palavras como “Leão do Islã” sobre o Sr. Laden, no oriente médio sendo cada vez mais proferidas…
Não se combate um inimigo tão feroz, o terrorismo, com um aparato retributivo de estado, nossa ferocidade, maior arma, ao serviço da paz, deveria ser a do império das leis, com a captura eficaz destes criminosos, julgamento dos mesmos, respeitando o princípio da territorialidade das leis, e execução das sentenças com observação aos princípios da publicidade e notoriedade da aplicação das mesmas, para que a justiça fosse feita de modo inquestionável. A morte de todo e qualquer criminoso deveria ser repulsiva, quando efetivada sem justiça, é mera retaliação, retributiva.
Faltou ao governo americano uma leitura de aspectos morais e legais sobre os desdobramentos da segunda guerra mundial, para que pudessem ser justos, penso que os inimigos do ocidente e dos valores ocidentais não deveriam nos temer pelo tamanho, tipo ou quantidadede nossas armas, mas pela nossa capacidade de almejar, perseguir e alcançar a justiça!
Quanto ao episódio que resultou na morte do Sr. Laden foram moralmente corretos, mas, discrepantes em relação à forma como deveriam ter concretizado justiça.