Reprodução da coluna “Política”*, edição de 19/11/2016 do O POVO.
Advogado de Youssef chama políticos de “profissionais do crime”
O país vive uma vertigem tão profunda, com acontecimentos sucedendo-se de maneira tão espetacular e violenta, que parece provocar um efeito anestésico generalizado.
Somente isso pode explicar terem passado em branco as declarações do advogado Antônio Figueiredo Basto, defensor do doleiro Alberto Youssef. Depois de ter conseguido um razoável acordo para o seu representado – em vista dos crime que praticou -, sentiu-se no direito de condenar toda a “classe política” como “profissionais do crime”, sem que uma única voz o interpelasse. Vejam o que ele disse a um programa da GloboNews.
SOMENTE NESTE PAÍS
“Os verdadeiros responsáveis por isso (os crimes apurados pela Operação Lava Jato) não são os empresários nem os operadores, são a classe política, que agora tenta, como sempre, tomar medidas para prejudicar a operação. Se as pessoas não ficarem atentas a isso, com certeza, esses profissionais do crime, que são os políticos, que estão hoje, muitos deles, ocupando cargos públicos, vão tentar sim manobras para impedir que essa operação progrida e atinja seus objetivos. Por isso que eu digo que é um aparato organizado de poder onde ele (Alberto Youssef) ocupava uma posição muito pequena. No início da Lava Jato se disse que Alberto Youssef era o mentor de tudo isso. Não, o mentor disso são os políticos que ocupavam os mais altos cargos da República. Alguns dos quais continuam, inclusive, por incrível que pareça, uma coisa que só acontece neste país, ocupando cargos dentro do Legislativo e tentando formular leis e criando todos os obstáculos e empecilhos para… (a declaração é interrompida neste ponto)”.
CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA
O advogado condena genericamente a todos os políticos como “profissionais do crime”, sem fazer uma única exceção. É mais uma etapa da criminalização da política que avança célere e produz aberrações como a invasão da Câmara por malucos (porém perigosos) da extrema-direita.
Pela forma como fala, o advogado demonstra conhecer os políticos que cometeram os crimes “alguns dos quais” continuariam “ocupando cargos dentro do Legislativo”. Não existe lei obrigando um cidadão a denunciar crimes. Mas sendo um bom causídico, o dr. Antônio, tão preocupado com os bons costumes políticos, poderia apontar quem são esses criminosos.
O mais excêntrico da fala do advogado foi apresentar o seu cliente, Alberto Youssef – dono de uma quilométrica folha corrida – como inocente vítima de políticos poderosos. Os empresários também nada teriam a ver com a bandalheira. Sobre isso não há nada a dizer, a não ser pedir uma pausa para risos.
HUMILHAÇÃO
Que os ex-governadores do Rio de Janeiro, Antonhy Garotinho (PR) e Sérgio Cabral (PMDB) têm de prestar contas à Justiça, parecem restar pouquíssimas dúvidas. Assim, o rigor da lei deve alcançá-los como a qualquer um. No entanto, somente pessoas de categoria inferior têm o desplante (ou a coragem) de tripudiar sobre a desgraça alheia. Exigir justiça, ok, regozijar-se pelo acréscimo de doses extras de humilhação é lamentável.
GRANDES NOMES
Desculpem o comercial, mas na próxima semana apresento o projeto Grandes Nomes, na rádio O POVO/CBN, às 13h. Terei a companhia de dois diferentes jornalistas do O POVO a cada dia, a partir de segunda-feira. Os entrevistados são: Cineasta Halder Gomes (diretor de Cine Holiúdy e Shaolin do Sertão); Francisco Teixeira (titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, ex-ministro da Integração Nacional); médico Huygens Garcia (coordenador de transplantes de fígado do HUWC, referência nacional na área); economista Mansueto Almeida (titular da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda) e o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega (músico, cantor, compositor, brincante e dançarino).
Passar em branco as declarações?
Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e Fábio Campos mostram há quase 10 anos que os políticos estão saqueando o Brasil. Jamais aceitaram as PEDALADAS. Boa parte da população não aceitou e pediu FORA DILMA. Aplaudiu o IMPEACHMENT e confirmou a queixa nas eleições 2016.
Transcrevo Fábio Campos, 20/10/16:
EC tinha o poder de influenciar compras da Petrobras em um ermo país africano, o Benin. Ora, quem concedeu a Cunha esse poder? A resposta é óbvia. Claro que o aval partiu de quem mandava na Petrobras. É só fazer a soma dois mais dois.
Não vou citar Valdemar Menezes, adorador dos deuses Chavez, Lula e Dilma, mas veja o que dizia REGINA RIBEIRO:
Quando a imprensa estrangeira não entendia como é que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já acusado dos motivos que o levaram a um recesso para se avistar com o juiz Moro, estava comandando o impeachment de DILMA.
COMENTO:
E aqui no Brasil ninguém entende o que leva alguns jornalistas a nada comentar sobre RENAN CALHEIROS. Mas só comentavam EDUARDO CUNHA, fiel aliado de Lula e Dilma, que só aceitou o pedido menos danoso para ela.
Caro Paulo,
Você entendeu tudo errado. Leia de novo. (Não afasto a possibilidade de eu não ter feito o desenho suficientemente claro.)
Entendi que o que está sendo criminalilado não é a política e sim os políticos.
A bem pouco tempo a câmara dos deputados do Ceará foi invadida por professores da rede estadual de educação, obviamente tais ativistas não poderiam ser chamados de extrema direita.
E obviamente invasão de prédios publicos devem ser considerados inaceitáveis .