Reprodução do artigo publicado na editoria de Opinião, edição de 12/9/2019 do O POVO.
Evangélicos terríveis
A Igreja Católica no Brasil sempre teve atuação política, mas nunca almejou governar o País. Nisso diverge dos evangélicos, como é o caso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), que tem um “plano de poder”, dispondo de uma poderosa rede de TV, uma concessão pública, a serviço de seu propósito.
Escrevi dois artigos sobre o assunto em meu blog. Um deles, “Bispo Macedo quer tomar o poder e diz que foi Deus quem mandou” (14/5/2009), comentando o livro “Plano de poder – Deus, os cristãos e a política”, no qual ele escreve que a Bíblia é também “um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do poder político ou de governo”. O outro, “Plano de poder da Igreja Universal está em marcha” (6/11/2016), quando Marcelo Crivella venceu a eleição para a Prefeitura do Rio.
A pesquisadora Christina Vital, da Universidade Federal Fluminense (UFF), estudiosa da atuação política dos neopentecostais, em entrevista do jornal Folha de S. Paulo (31/10/2016), afirma que chegar à Presidência da República é uma estratégia dos evangélicos para barrar no Supremo Tribunal Federal (STF) temas de interesse das minorias, como questões de gênero, homossexualidade, aborto, conceito de família, entre outros assuntos da pauta conservadora.
Nas eleições do ano passado, as principais denominações neopentecostais apoiaram a eleição de Bolsonaro. Recentemente, Edir Macedo, chefe da Iurd, afirmou que o presidente foi “escolhido por Deus para fazer o país mudar”.
O católico Augusto Aras, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para assumir a Procuradoria Geral da República, foi o único entre os candidatos que decidiu assinar uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) comprometendo-se com “valores cristãos”. Antes, Aras havia feito a via-sacra, expressando opiniões agradáveis ao capitão, obrigatória para ser ungido por Bolsonaro.
Além disso, o presidente também prometeu nomear para a próxima vaga no STF, alguém “terrivelmente evangélico” para mimar seus adeptos religiosos, na direção do plano de poder planejado pelo bispo Macedo.
O sr Botolloti deveria pensar bem antes de generalizar sobre o que é ser evangélico, seu conceito é extremamente superficial e muito preconceituoso, talvez nao entenda mesmo o que é ser um trabalhador do Evangelho, ou mesmo o que é o Evangelho de JESUS, talvez por querer parecer um defensor das minorias, oprimidos e indefesos, se traia de forma tao grotesca qdo se refere a livros escritos por determinadas pessoas como algo generalizado, sem o menor cuidado e respeito pela fé alheia, sugiro que o colunista se aprofunde mais e ao menos entenda que a pluralidade que tanto defende , se trata de aceitar as opinioes dos outros , mesmo que sejam diferentes das suas . Isso esta na palavra do SENHOR, que foi escrita e chegou ate nossos dias , justo para que houvesse esse entendimento e concordancia, mesmo entre os discordantes .
Não percebo desrespeito do jornalista ao tratar de “evangélicos”. Parece bem claro que ele se refere a líderes de instituições protestantes, de igrejas institucionalizadas que têm procurado interferir politicamente para aumentar seus ganhos financeiros ou para impor modelos de comportamento a pessoas que pensam diferente. Evangélicos aqui não é sinônimo de pessoas que creem ou seguem o evangelho, porque até alguns espíritas seguem livros bíblicos.
Da série Pastores(as) do Satanás.
Ótima análise senhor Plínio.
É assim mesmo que se faz jornaçlismo de qualidade.