Para além da disputa pela principal cadeira do Palácio do Bispo, uma eleição é oportunidade para “dissecar” a Cidade e construir propostas para torná-la melhor. Um processo que precisa ser bem organizado, participativo e feito com certa antecedência para que o debate durante a campanha em si não fique superficial ou pautado apenas por possíveis picuinhas entre os candidatos.

Infelizmente, até o momento, são poucos os nomes que dedicaram tempo e estrutura para essa tarefa. Dos oito prefeituráveis, apenas dois criaram momentos para elaborar ideias sobre os diversos temas que perpassam uma gestão municipal: a deputada federal Luizianne Lins (PT) e o vereador João Alfredo (Psol). No caso da petista, desde o último dia 25 de junho foram apresentadas sugestões nas áreas de saúde, educação, sustentabilidade ambiental e urbana, direitos humanos, entre outros. No caso de João Alfredo, desde o dia 9 de julho, na sua chamada “espiral colaborativa”, foram apresentadas propostas dentro das temáticas de planejamento urbano, meio ambiente e assistência social. As ideias apresentadas deverão compor o programa de governo de cada um dos pré-candidatos.

Seria importante que os demais concorrentes também elaborassem uma sistemática semelhante para evitar aquilo que mais pode prejudicar a disputa pelo Executivo: o surgimento de propostas elaboradas em laboratório e que em quase nada dialogam com a realidade de Fortaleza. Ideias às vezes exageradas que a experiência do poder comprova serem infactíveis. Faltam menos de 30 dias para o início oficial da campanha. Seria importante o demais nomes que almejam o comando do Paço Municipal começarem a se movimentar, indo além das visitas aos bairros cujo objetivo para ser mais a promoção pessoal. É preciso conhecer de forma concreta a cidade, estabelecer prioridades e, consequentemente, dar a seriedade que o atual momento político exige.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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