Conselho integra pacote que corta gastos em diversas áreas, mas "aditiva" gabinete de Moroni (Foto: Banco de Dados/O POVO)

Conselho integra pacote que corta gastos em diversas áreas, mas “aditiva” gabinete de Moroni (Foto: Banco de Dados/O POVO)

Tramita na Câmara Municipal de Fortaleza projeto do prefeito Roberto Cláudio (PDT) que cria o Conselho Municipal de Proteção Urbana de Fortaleza (CMPFor). O grupo, que será vinculado ao gabinete do vice-prefeito Moroni Torgan (DEM), criará cargos em R$ 70 mil mensais para garantir seu funcionamento.

De acordo com o projeto, o grupo tem como função “propor, monitorar e avaliar a implementação de ações, programas e projetos de segurança e proteção urbana” em Fortaleza. Apesar da criação de cargos para a manutenção das atividades do grupo, os conselheiros do CMPFor não receberão salário.

O conselho integra pacote de projetos que faz uma série de alterações na máquina municipal. Apesar de a maioria dos projetos promover cortes de gastos, outros pontos também “aditivam” gabinete de Moroni, criando novas prerrogativas para o vice-prefeito.

A maioria das novidades diz respeito à segurança pública. Durante e após a eleição de 2012, RC prometeu ampliar participação de Moroni em sua gestão, sobretudo no combate à criminalidade.

“Economia de R$ 288 mil”

Líder do governo na Câmara, Ésio Feitosa (PPL) afirma que a criação do conselho na verdade trará economia para os cofres municipais. Isso porque, explica o vereador, outras mensagens do prefeito extinguirão cargos em valor superior a R$ 300 mil. “Pode ficar tranquilo que não representará nenhum custo a mais para a população de Fortaleza”, diz.

Membro da oposição, Soldado Noélio (PR) contesta a fala. Ele afirma que, apesar da “promessa” de cortes, o que chegou na Câmara foi apenas a criação de novos cargos. Noélio destaca ainda que o CMPFor tem as mesmas funções do Conselho de Segurança Cidadã. “O que nos parece é que está sendo criado para acomodação política de cargos”.

Ésio Feitosa rebate afirmando que, além da função consultiva, o novo conselho também terá função executiva, em parceria com Estado e União. “Esses cargos que estão sendo criados serão ocupados por técnicos da área de segurança pública que vão dar suporte operacional às decisões do conselho”, afirma o vereador, que promete economia de R$ 288 mil mensais após aprovação de mensagens.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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