Pesquisa do instituto itf.com, divulgada pelo site Poder 360, ouviu os eleitores cearenses sobre os números da sucessão presidencial. Os números merecem ser observados com cautela, por alguns motivos. O principal: a pesquisa foi encomendada pelo MDB, partido mergulhado até o pescoço nas eleições, em todos os níveis.

Além disso, a pesquisa foi feita por telefone. Há quem seja a favor e quem seja contra. Um dos argumentos a questionar aponta que há lacunas de cobertura de telefonia em regiões do Brasil, o que pode levar a distorções. O fato é que esse tipo de pesquisa nunca teve a confiabilidade aferida publicamente e em larga escala em eleições no Brasil.

Outro aspecto está no fato de que a campanha não começou e os candidatos ainda não estão registrados. Por exemplo, um dos candidatos a governador do Ceará, Francisco Gonzaga (PSTU), não entrou na pesquisa.

Com essas ressalvas, vamos aos números. A pesquisa mostrou folgadíssima vantagem para Camilo Santana (PT). Ele alcança 71% das intenções de voto. O general Guilherme Téophilo (PSDB) tem 9%. Hélio Góis (PSL) tem 3% e Aílton Lopes (Psol), 2%. Brancos e nulos são 10% e os que não sabem ou não responderam são 10%.

Pesquisa ift.com

Não há elementos para dizer que a pesquisa foi induzida de alguma forma, mas, o fato de ser contratada por partido que apoia o governador e dar tanta vantagem a ele justifica que seja vista com ressalvas. No mínimo, há de se imaginar que só foi tornada pública porque o candidato apoiado pelo partido aparece bem.

Confira todos os candidatos a governador, vice e senador no Ceará

Pesquisa para o Senado

Para o Senado, a pesquisa dá vantagem para Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB), este último, do partido que contratou a pesquisa.

Pesquisa ift.com

O levantamento foi feito entre 27 e 30 de julho. Foram feitas duas mil entrevistas no Ceará, com pessoas selecionadas aleatoriamente pelo discador, com quotas por região do Estado e ponderação para compensar desproporções de sexo, idade, grau de instrução e região. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, para o total da amostra. A pesquisa custou R$ 34.967,00 ao MDB, com dinheiro do Fundo Partidário.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números CE-08592/2018 e BR-08754/2018. Confira a pesquisa na íntegra aqui.

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Érico Firmo

Colunista de Política e editor do O POVO

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