Da esquerda para a direita: Eduardo Girão (Pros), Eunício Oliveira (MDB) e Cid Gomes (PDT) (Foto: divulgação)

A briga por uma vaga no Senado no Ceará é 55,41% mais cara do que a disputa ao Governo do Estado.

Apenas três dos 11 concorrentes na senatorial já arrecadaram juntos R$ 7.598.500.

O valor é superior à soma dos recursos de todos os postulantes que concorrem à sucessão de Camilo Santana (PT) ao Palácio da Abolição, que é de R$ 4.889.166,80.

O campeão no ranking de arrecadação até agora é o candidato à reeleição Eunício Oliveira (MDB), presidente do Congresso, com R$ 3.333.500.

A quase totalidade da verba da campanha do emedebista é oriunda do fundo partidário e do fundo especial, diretamente repassada pela direção nacional da legenda – R$ 3,3 milhões.

Em seguida vêm o ex-governador Cid Gomes (PDT), com R$ 2.265.000, e o empresário Eduardo Girão (Pros), que levantou R$ 2 milhões.

Neste ano, há duas vagas em disputa no Senado para o Ceará.

A desistência do PT em manter a candidatura do atual senador do partido José Pimentel abriu uma lacuna na chapa governista, que conta oficialmente apenas com Cid.

Extraoficialmente, porém, Camilo faz campanha para Eunício, que já declarou voto no presidenciável do PT, Fernando Haddad, e também se manifestou como eleitor de Cid.

A chapa de oposição do PSDB tem dois nomes: além de Girão, a tucana Dra. Mayra.

As três postulações mais competitivas ao Senado (Cid, Eunício e Girão) travam uma guerra não apenas política e jurídica, com idas e vindas de recursos na Justiça Eleitoral, mas principalmente financeira.

A queda de braço pelas duas vagas é a que mais tem obrigado os candidatos a desembolsar dinheiro próprio.

Na chapa de Cid, por exemplo, o maior doador é o 1º suplente, o empresário Prisco Bezerra, irmão do prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT).

Prisco responde sozinho por 57,4% do valor arrecadado por Cid.

Desde o início da campanha, em agosto, ele fez três repasses para o ex-governador, nos valores de R$ 500 mil, R$ 500 mil e R$ 300 mil, totalizando R$ 1,3 milhão.

Já o candidato Eduardo Girão injetou R$ 1,8 milhão do seu patrimônio (R$ 36,3 milhões) na própria campanha, o que equivale a 90% da verba recebida pelo concorrente até aqui.

Os outros 10% correspondem a R$ 200 mil encaminhados pela direção nacional do Pros ao cearense por meio do fundo especial.

Considerados somente Prisco e Girão, eles investiram R$ 3,1 milhões na peleja por uma das duas cadeiras disponíveis no Senado.

Embora tenha sido o postulante ao Senado que usou menos capital pessoal na corrida (R$ 31 mil), Eunício é o maior doador da campanha de Camilo ao Governo.

Ao todo, o senador repassou ao petista R$ 600 mil ao petista.

Estas são as primeiras eleições presidenciais nas quais está vedada doação empresarial, proibida pelo Supremo Tribunal Federal em 2015.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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