Senador Tasso Jereissati (PSDB) durante votação para escolha do novo presidente da Casa (Foto: Divulgação)

Futuro relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati disse que as dificuldades de Jair Bolsonaro (PSL) para aprovar a medida no Congresso vêm do “próprio governo, com bate-cabeças e bobagens ditas e feitas pelo presidente, assuntos secundários e polêmicos levantados desnecessariamente”.

Segundo o tucano, o presidente e seus ministros levam para a Câmara e o Senado discussões e rejeições, como o projeto que desvincula receitas. “Há uma falta de foco do governo”, acrescentou o senador.

As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira.

Para o tucano, passados quase 60 dias desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, o governo não tem cara. “É um monstro, um Frankenstein com um pedaço de cada, um objeto disforme.”

O senador afirma ainda que parece que “Bolsonaro ainda não assumiu o papel de presidente da República do Brasil”.

O parlamentar do PSDB fará a relatoria da reforma no Senado, caso a medida avance na Câmara. Até agora, porém, o projeto não deu entrada na CCJ da Casa.

No último sábado, antes de viajar aos Estados Unidos, onde tem encontro com o presidente Donald Trump amanhã, Bolsonaro disse que não havia recebido o projeto de reforma da Previdência dos militares, sem o qual deputados federais já disseram que não apreciam a PEC.

A previsão de ingresso da medida na CCJ da Câmara é nesta quarta-feira, 20.

A estimativa do Planalto é que a Previdência seja aprovada na Casa até o mês de julho. Na volta do recesso, a proposta então seguiria para o Senado, que já criou comissão especial para disturi os principais pontos da reforma.

Depois que a proposta der entrada na CCJ, a comissão tem prazo de cinco sessões para apresentar parecer e votá-lo. Em seguida o parecer é submetido ao plenário, onde precisará de 3/5 (ou 308 votos) para passar, caso o parecer seja favorável ao projeto de reforma.

Na mesma entrevista ao Valor, Tasso considera que, se a reforma não for aprovada na Câmara até julho, dificilmente terá condições de passar no Congresso no segundo semestre.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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