Tel Aviv é reconhecida como destino gay-friendly e tem hoje uma das maiores paradas LGBT do mundo (Jack Guez/AFP)

Jair Bolsonaro (PSL) causou polêmica nesta sexta-feira, 26, ao afirmar, em café da manhã com jornalistas, que o Brasil “não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay“. A fala repercutiu e gerou até nota da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil.

Quanto à preocupação, Bolsonaro pode ficar tranquilo: o Brasil não é, nem de longe, um dos países mais tranquilos para o turismo LGBT. Em 2018, segundo o Grupo Gay Bahia, 420 homossexuais perderam a vida – por homicídio ou suicídio decorrente da discriminação – no País, que ainda amarga um dos piores índices do mundo neste quesito.

Nação que vem no sentido contrário é Israel, xodó de Bolsonaro e bolsonaristas nas relações exteriores. Por lá, a criminalização da homofobia, tão rejeitada por aqui, já é aplicada com rigor desde 1992 – 27 anos atrás. Em junho de 2017, uma pesquisa apontou que 79% dos israelenses apoiam o reconhecimento legal de uniões homoafetivas.

Conhecida como “oásis gay no Oriente Médio”, Tel Aviv tem hoje uma das maiores paradas gays do mundo, que recebe mais de 200 mil pessoas todos os anos. Famosa por estimular o turismo LGBT, a cidade conta com um centro comunitário LGBT bancado pelo governo municipal e até uma praia voltada para o público.

Em 2018, após atentado terrorista em uma boate gay deixar 50 mortos em Orlando, nos Estados Unidos, o líder israelense Benjamin Netanyahu saiu em defesa da comunidade LGBT em vários pronunciamentos. “O tiroteio desta semana não foi só um ataque à comunidade LGBT. Foi um ataque em todos nós, nos nossos valores comuns de liberdade, diversidade e escolha”, disse o primeiro-ministro.

Tudo bem parecido com o Brasil.

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Carlos Mazza

Repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO. Jornalismo de dados, reportagens investigativas, bastidores da política cearense. carlosmazza@opovo.com.br / Twitter: @ccmazza

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