Em dia de protestos nacionais contra o contingenciamento de verbas na Educação, o ministro Abraham Weintraub usou um guarda-chuvas e cantarolou a música Singin’ in the Rain para  desmentir, segundo ele, a informação de que a pasta irá contingenciar verbas previstas para o Museu Nacional no Rio de Janeiro. “Descubra a verdade”, escreveu o ministro ao anunciar o vídeo no Twitter.

Balançando o guarda-chuvas, em referência à cena de Gene Kelly, no filme Cantando na Chuva, de 1952, Weintraub anuncia: “Está chovendo fake news”. Ele acusou um veículo de comunicação (que ele não identificou) de estar tentando “macular” a imagem do Ministério da Educação (MEC).

“Essa última fake news fresquinha para você alega que a paralisação da recuperação do Museu Nacional, aquele que o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro não conseguiu explicar… (Alega que) essas obras estariam sendo paralisadas pelo MEC. Fake news”, ataca o ministro.

Bancada do Rio

Segundo ele, havia emendas parlamentares propostas pela bancada do Rio de Janeiro na ordem de R$ 55 milhões para recuperar o Museu. “A bancada resolveu reduzir R$ 12 milhões, sobrando R$ 43 milhões para a obra. Nada a ver com o MEC”, garantiu.

Ainda de acordo com o ministro, ainda que o montante estivesse prontamente disponível para ser gasto, o projeto não está protocolado, o que impede a obra. “Fake news, infelizmente, mais uma mentira. Para de chover aqui no MEC”, ironiza o ministro antes de voltar a cantarolar Singin’ in the Rain.

Veja o vídeo: 

Enquanto isso….

Também nesta quinta-feira, 30, o Ministério Público Federal (MPF) revelou ter entrado com Ação Civil Pública (ACP) contra Weintraub. A medida, impetrada na Justiça Federal no Rio Grande do Norte, pede a condenação do ministro e da União por danos morais coletivos devido a falas do chefe do MEC. O MPF pede indenização de R$ 5 milhões.

A denúncia lembra, por exemplo, de quando o ministro ameaçou cortar verbas de universidades que estivessem promovendo “balbúrdia”. O MPF critica ainda quando Weintraub sugeriu que os “CAs e o DCE” fossem chamados para fazer serviço de limpeza na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).

“Tais declarações ofendem a honra objetiva e a imagem pública dos estudantes e professores universitários das instituições públicas federais de ensino superior brasileiras, pois têm potencial discriminador, não estando protegidos pela liberdade de expressão, ao passar a imagem de que tais pessoas não levam a sério as atividades de ensino, pesquisa extensão, sendo pessoas baderneiras ou desocupadas”, argumenta o Mistério Público.

 

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