Em nota nesta quarta-feira, procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba afirmam que todas as conversas realizadas por meio do aplicativo Telegram foram apagadas e as informações armazenadas nas nuvens, deletadas.
Segundo a nota, isso foi feito depois que a força-tarefa identificou sucessivas tentativas de invasões de contas de integrantes da LJ.
“Tendo em vista a continuidade, nos dias subsequentes, das invasões criminosas e o risco à segurança pessoal e de comprometimento de investigações em curso, os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo ‘Telegram’ nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem”, informa a nota.
O texto ressalva que, embora os procuradores tenham retomado suas contas depois, o histórico de diálogos havia sido apagado.
“Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas”, acrescenta a nota.
Durante sabatina hoje no Senado, o ex-juiz Sergio Moro foi questionado por parlamentares se autorizaria que as conversas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol, reveladas por The Intercept, poderiam ser acessadas.
Moro, então, disse que não tinha mais o registro das falas. Os senadores rebateram dizendo que as conversas continuavam nas nuvens do Telegram.
Na tarde de hoje, o aplicativo informou que as conversas mantidas nele ficam armazenadas por até seis meses ou um ano.
Em abril deste ano, identificamos ataques virtuais às nossas contas no Telegram. Por razões de segurança pessoal e pelo risco de comprometimento de investigações em curso, a decisão na época foi de desativar a conta – o que exclui o histórico tanto na nuvem quanto no celular.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) June 19, 2019
Leia a íntegra da nota do MPF
Força-tarefa divulga esclarecimento sobre ataques criminosos
Diante de questionamentos apresentados em sessão da CCJ do Senado Federal e de matérias veiculadas na imprensa nesta quarta-feira, 19 de junho, a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) informa que desde abril vários de seus integrantes vêm constatando ataques criminosos às suas contas no aplicativo “Telegram”, inclusive com sequestro de identidade virtual.
Tendo em vista a continuidade, nos dias subsequentes, das invasões criminosas e o risco à segurança pessoal e de comprometimento de investigações em curso, os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo “Telegram” nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem.
Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas. Também imediatamente após as constatações, e antes que houvesse notícia pública sobre a investida hacker, a força-tarefa comunicou os ataques à PGR e à Polícia Federal em Curitiba, que, uma vez que não prejudicaria as linhas investigatórias em curso, orientou a troca dos aparelhos e dos números de contato funcionais dos procuradores.
Ainda, conforme divulgado em 14 de maio, a PGR determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal.