Foto; Agência Brasil

Revelados nesta quinta-feira no programa de Reinaldo Azevedo, “O é da coisa”, na Rádio BandNews, novos diálogos envolvendo integrantes da Lava Jato reforçam a tese de que o ex-juiz Sergio Moro interferiu no andamento da investigação em Curitiba.

As conversas lidas no ar por Azevedo desmentem negativa de Moro em audiência no Senado na quarta-feira passada, quando disse que seus comentários a respeito da procuradora Laura Tessler não haviam surtido efeito prático na força-tarefa.

A serem autênticas as conversas, isso não é verdade.

As mensagens entre Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Costa Lima evidenciam que não apenas houve consequência direta nas estratégias da acusação no processo do ex-presidente Lula, como os procuradores, ao trocarem impressões, mostraram-se preocupados em apagar a conversa.

É o que fica claro quando Dallagnol, ao se dirigir a Carlos Fernando antes de transmitir mensagem de Moro, pergunta se o colega da Lava Jato está sozinho. Há receio, portanto. Mas por quê, se tudo não passava de conversa habitual?

Em seguida, ao se certificar de que podia repassar a observação de Moro sobre Tessler, Dallagnol pede que Fernando a delete após tê-la lido.

Aos poucos, essas informações pingadas a conta-gotas vão dando solidez às suspeitas de que Moro colaborou indevidamente com o Ministério Público Federal.

Neste caso específico, o resultado de sua atuação foi a substituição da procuradora, que não participaria da audiência de Lula.

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Henrique Araújo

Jornalista do Núcleo de Política do O POVO

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