André Fernandes volta a acusar Heitor Freire de mau uso de verba pública

André Fernandes. (Foto: Divulgação)

Deputado estadual pelo PSL do Ceará, André Fernandes voltou a acusar o presidente da legenda no Estado, o deputado federal Heitor Freire, de usar cota parlamentar para pagar o aluguel de imóvel onde funcionou uma empresa da sua família.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais nesta terça-feira, o pesselista contesta versão de Freire de que jamais havia despachado em um escritório na Torre Quixadá (avenida Barão de Studart, 2360) enquanto mantinha outro espaço alugado (na rua Frei Mansueto, 1472) ao custo de R$ 11 mil mensais oriundos de verba pública.

O POVO apresentou essas denúncias na semana passada, logo depois de noticiar que a bancada do PSL na Assembleia Legislativa havia entrado com um pedido de afastamento de Heitor Freire da presidência da sigla. A solicitação, que foi feita à executiva nacional da legenda, ainda aguarda avaliação.

Procurado pela reportagem, Freire negou que seu gabinete tenha funcionado na Torre Quixadá. Por meio de nota, ele disse que os trabalhos relativos ao exercício parlamentar, pelos quais tem direito a uma cota, sempre foram realizados no endereço da rua Frei Mansueto.

Nesse local funcionou, até o início do ano, a sede da empresa Lumens Light, cuja propriedade está no nome da mãe do deputado federal, Josefa Pereira Freire. O parlamentar também afastou qualquer irregularidade e afirmou que não havia conflito ético em ocupar o mesmo imóvel onde antes sua família mantivera negócios.

Em visita à Torre Quixadá na semana passada, O POVO confirmou, porém, que o deputado de fato despachou no edifício da Barão de Studart até o fim de junho, quando teria se mudado para a rua Frei Mansueto. O relato foi repassado por um dos funcionários do prédio, que pediu para não ser identificado.

A reportagem então procurou a administração do edifício comercial, que disse que as salas 6, 8 e 10, antes ocupadas pelo gabinete de Freire, já estavam alugadas nesse período para o escritório de advocacia Viana Peixoto.

Contatado, um funcionário da Viana Peixoto reconheceu que as salas da Torre Quixadá estavam sob responsabilidade do escritório, mas que eram sublocadas para o PSL e Freire. Perguntado se havia pendências de valores, disse para ligar noutra hora.

Numa outra nota enviada ao O POVO, Heitor Freire se negou a apresentar comprovantes de pagamentos dos aluguéis das salas porque, conforme ele, nenhum recurso público teria sido utilizado nessas despesas.

A Viana Peixoto tem entre seus sócios os advogados David Sombra Peixoto e João Paulo Sombra Peixoto.

David Sombra Peixoto tomou posse como juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) em 11 de novembro do ano passado. Ele ocupou a vaga deixada por Cássio Felipe Goes Pacheco, então relator das contas de campanha de Heitor Freire como deputado federal em 2018.

Como titular, todos os processos de Pacheco foram transferidos para Sombra Peixoto, inclusive o de Heitor.

Procurado, o TRE-CE afirmou que, quando Sombra Peixoto assumiu as contas de campanha de Heitor Freire, o processo já estava encaminhado e o parecer por sua aprovação, redigido por Pacheco. Ao novo juiz coube apenas aguardar o trânsito em julgado, que se confirmou no dia 18 de dezembro, uma semana depois de ele assumir a vaga.

Além da acusação de mau uso de verba da conta parlamentar para pagar aluguel de imóvel onde operou loja da família, André Fernandes também diz que o colega de partido Heitor Freire nomeou como presidente do PSL no município de Massapê um filiado que cumpre prisão em regime semiaberto.

Segundo Fernandes, Diego Marques, dirigente do partido naquela cidade, usa tornozeleira eletrônica.

O Blog Política está tentando fazer contato com Marques e Freire para confirmar a informação.

Veja o vídeo gravado por André Fernandes no qual critica Heitor Freire:

https://www.facebook.com/andrefernm/videos/597133707477771/UzpfSTEwMDAyNjA0MDQ1MDI4NzozMTU5MjM4NjkyODU2MjY/