Colaborou Igor Cavalcante

Ao comentar prisão de suposto hacker fonte da reportagem intitulada “Vaza Jato”, do site The Intercept Brasil , o deputado estadual André Fernandes (PSL) qualificou Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) como “vagabunda”. Depois, o pesselista apagou o tuíte.

Segundo site da revista Veja, foi D’Ávila que colocou Glenn Greenwald em contato com Walter Delgatti Neto, o hacker preso. A política é formada em Jornalismo.

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“Me desculpem falar assim, mas sempre achei que essa Manuela D’Ávila era uma vagabunda, hoje tive a certeza!”, escreveu o parlamentar bolsonarista. E complementou: “Já tá na hora de ir pra missa novamente, viu?!”

O jornalista americano Glenn Greenwald e os jornalistas do site não revelam quem é a fonte que vazou os lotes de conversa.

Em tuítes não apagados, Fernandes pergunta aos seguidores: “vocês têm noção do que a gente escapou? Essa seria a vice presidente caso o POSTE do PT tivesse sido eleito. Isso só prova o jeito sujo da esquerda jogar!”

Em nota publicada nas redes sociais, D’Ávila confirma o contato com o hacker. Ela comunica que recebeu um alerta do aplicativo Telegram, informando que a conta dela havia sido invadida. Depois, ela prossegue, recebeu mensagem de pessoa que “tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras.”

Ainda segundo ela, o hacker não pediu contrapartida financeira pelo repasse. Ela diz ainda ter duvidado que fosse alguma armadilha de adversário político. “Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.”

“NOTA À IMPRENSA

Tomando ciência, pela imprensa, de alusões feitas ao meu nome na investigação de fatos divulgados pelo “The Intercept Brasil”, e por me encontrar no exterior em atividades programadas desde o início do corrente ano, esclareço que:

1. No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos. Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.

2. Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.

3. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial.

MANUELA D’AVILA”

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Carlos Holanda

Repórter de Política do O POVO

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