Geraldo Azevedo em cima de palco, com microfone e guitarra

Com mais de 50 anos de carreira, Geraldo Azevedo conta que é estranho fazer shows online, sem a presença do público, mas se sente feliz por levar alegria para as casas das pessoas (Foto: Divulgação)

Confira entrevista exclusiva com o cantor, que faz live-show neste sábado (25), na abertura do  Circuito Sesc Junino

Presente na vida de diversas gerações com suas composições, voz e violão característicos, Geraldo Azevedo se adapta à novidade de cantar para uma plateia virtual após mais de 50 anos de carreira artística. Com as transformações atuais, o cantor pernambucano agora alcança e encanta o público sem sair de casa, por meio de transmissões online. Neste sábado (25), ele se apresenta pela terceira vez nesse formato, com a live-show intimista “Voz & Violão”, abrindo a programação do Circuito Sesc Junino 2020.

Além canções marcantes como “Táxi Lunar”, “Bicho de Sete Cabeças” e “Caravana”, o repertório também contempla composições inéditas do novo álbum, dedicado aos festejos juninos “Arraiá de Geraldo Azevedo”. A apresentação será transmitida no Youtube do Sesc Ceará, às 20h, unindo música e solidariedade, com arrecadação de alimentos na campanha Sintonia do Bem para o programa Mesa Brasil Sesc, que recolhe de onde sobra e leva para onde falta.

Confira a seguir entrevista com Geraldo Azevedo, o cantor que promete o sol e a chuva na poética “Dia Branco”.

Li que a música não estava nos seus planos de carreira quando você foi pra Recife, nos anos 1960, até então era um hobbie. O que é a música pra você hoje?

É verdade. Queria ser desenhista ou arquiteto e fui para Recife pra prestar vestibular, mas a música me levou por outro caminho. A música é uma coisa maravilhosa, que me acompanha desde menino. Cresci em um lar musical, minha mãe cantarolava o dia todo e nos estimulava muito. Posso dizer que a música é minha mentora e minha guia. É fruto da minha arte e do meu trabalho.

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Você tem uma das carreiras mais emblemáticas do Brasil. Pensando nestes últimos 55 anos, o que mais lhe deixou feliz nessa trajetória?

Certamente o reconhecimento e a renovação do meu trabalho. É gostoso demais ver minha música tocar o coração das pessoas, fazer parte da vida delas. Ver um sucesso atravessar gerações, como Dia Branco, é muito gratificante.

Depois de tanto tempo nos palcos, como está sendo essa experiência de fazer apresentações via internet?

Tá sendo bastante diferente. Fiz duas lives com perfis e experiências bem distintas. A primeira foi em casa, num clima intimista, apenas com o meu violão. A segunda aconteceu num teatro grande vazio, com O Grande Encontro. É estranho não receber o calor do público durante a apresentação, mas saber que a nossa arte está atingindo um número maior de pessoas, compensa. Me sinto muito feliz por levar um pouco de alegria para as casas das pessoas, no meio dessa luta diária que o povo brasileiro atravessa.

Qual é o papel da música, e da arte em geral, nesse cenário tenso que o Brasil vive?

A cultura ocupa o papel da resistência. Precisamos insistir e resistir com amor e fé. Os cenários mudam o tempo todo, mas a arte segue transformando as pessoas através do tempo.

Você é declaradamente apaixonado pela cultura brasileira. Acredita que essa cultura e todos os artistas que a mantém viva têm sido devidamente valorizados?

Infelizmente, não. A nossa cultura vem sofrendo bastante nos últimos anos e agora mais ainda. Seremos o último setor a voltar nessa pandemia. Precisamos resistir e seguir lutando pela valorização de toda cadeia produtiva. Não só dos artistas, mas de todos os profissionais que fazem a arte acontecer.

Para ver toda a programação do Circuito Sesc Junino, acesse: https://bit.ly/30CcUK4.