Roupas penduradas em arara de um exemplo de lojas colaborativas

As criadoras da Elabore acreditam que abrir um espaço para as marcas autorais cearenses é a uma forma poderosa de fortalecer toda a cadeia produtiva local (Foto: Divulgação)

Nas lojas colaborativas, diversas pequenas empresas têm a chance de expor e vender seus produtos. Conheça a história da Elabore, primeira do tipo no Ceará

Talento, criatividade e inovação são as principais características do empreendedor cearense. Mais do que nunca, os empresários do Estado estão atentos para novas ideias e soluções, cujo negócio proporciona aos clientes não apenas a experiência da compra em si, mas de promover uma ideia maior, como o fortalecimento daquilo que temos de melhor: o nosso talento.

Com uma história inspiradora, repleta desafios e conquistas, que Larissa Praxedes fundou, em 2014, a Elabore, primeira loja colaborativa do Ceará. A ideia é simples: um local que reúne pequenos empreendedores, dos mais diferentes segmentos, que têm a chance de expor e vender seus produtos. Ela e sua irmã, Raquel, que entrou no negócio posteriormente, acreditam que abrir um espaço para as marcas autorais é a uma forma poderosa de fortalecer toda a cadeia produtiva – e criativa – do nosso Estado.

Mas a ideia não para por aí! Isso porque um dos grandes diferenciais da Elabore está justamente na realização de consultorias, marketing e ações formativas e informativas com os parceiros, o que acabou trazendo reconhecimento enquanto empresa referência em inovação. “A nossa missão é muito clara, que é o de envolver empreendedores no desenvolvimento de um projeto de sucesso, cujo foco é o crescimento mútuo. Quando as marcas parceiras crescem, a Elabore também cresce, e vice-versa”, explica Raquel Praxedes.

A história de vida das irmãs está intimamente ligada à criação da Elabore. Raquel, a mais velha, descobriu sua paixão pela arte, mais precisamente pela fotografia, ainda nos tempos de aluna do curso de publicidade. Logo em seguida, descobriu o mundo da moda e não parou mais. Já a caçula sempre foi criativa e, desde cedo, assim como a irmã mais velha, desenvolveu um senso de responsabilidade muito cedo. O pai faleceu em 1997, quando Larissa e Raquel tinham, respectivamente, nove e 10 anos. A mãe sofria de epilepsia, o que não deixava de ser uma luta diária não só para ela, mas também para as próprias filhas, que a acompanhava em suas diversas idas ao hospital, além de ajudá-la no tratamento no dia a dia.

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“Entre esses altos e baixos, nossa vida foi mudando radicalmente e, ao longo dos anos, as coisas foram se intensificando e nós tivemos que pensar em coisas que jovens não deveriam pensar. Foi quando começamos a planejar nosso futuro, o que seria de nós se caso acontecesse algo com ela, o que de fato aconteceu. Pegamos toda essa dor e dificuldade e transformamos em motivação para criar um negócio próprio”, destaca Larissa.

A escolha pela loja colaborativa veio de percepção de que esse tipo de negócio tinha tudo para dar certo, havia potencial e nada parecido no mercado cearense. Além disso, foi a maneira que as irmãs encontraram de ajudar outras pessoas que, assim como elas, também buscavam crescer com seus negócios. Foi a partir disso que as irmãs montaram uma apresentação para explicar melhor sobre o que era uma loja colaborativa e como elas gostariam de trabalhar, o que acabou despertando interesse por parte dos empreendedores. “Também conversamos com nosso advogado e contador, para saber se a nossa proposta era viável. Era! Daí corremos para procurar o ponto, mas para isso precisávamos abrir um CNPJ. Foi quando criamos o nome, a marca, iniciamos o trabalho de divulgação, enfim. Foi assustador e desafiador, mas no final foi muito gratificante”, destaca Larissa Praxedes.

Conquistas e desafios

A Elabore possui dois endereços e conta com aproximadamente 60 marcas parceiras. Roupas, acessórios, joias, artigos de papelaria, bolsas, sandálias, produtos de design e para pets são alguns dos produtos locais que os consumidores podem levar para a casa. Ainda dentro da perspectiva de oferecer uma experiência para além da compra, a loja da Aldeota, chamada de Casa Elabore, possui 600 m², com salas, estúdio fotográfico, bar e o charmoso e convidativo Torra Café. E como tudo que envolve criatividade, o espaço cedeu sua fachada para a criação de um mural, assinado pelo Acidum Project, duo cearense conhecido internacionalmente pelo experimentalismo inspirado na arte urbana.

Para Raquel e Larissa Praxedes, o período atual é justamente de retomada. Algumas das marcas parceiras não conseguiram se manter em decorrência do fechamento do comércio por conta da pandemia do novo Coronavírus, mas outras buscaram novas soluções e alternativas. Com a Elabore não foi diferente! Elas aproveitaram o momento para colocar a loja online no ar, o que ajudou bastante na saúde financeira do negócio. Hoje, as lojas já estão abertas, mas as irmãs destacam que as vendas no e-commerce ainda permanecem.

Seja no formato físico ou online, a Elabore segue com o objetivo de promover e, principalmente, valorizar o que é feito pelo pequeno empreendedor local, o que não deixa de envolver todos os que fazem parte da cadeia produtiva, inclusive o consumidor final. “No Ceará, temos uma infinidade produtos incríveis, feitos por pessoas muito talentosas. A galera daqui é muito boa e faz um trabalho de muita qualidade. É fundamental que o público também conheça e reconheça isso, que descubra os pequenos negócios e apoie cada vez mais. É nisso que a gente acredita”, finaliza Raquel.

 Para conhecer outras histórias inspiradoras de pessoas que trabalham para desenvolver a economia cearense, gerando emprego e renda para a população, acesse o site da campanha Compre do Ceará: https://bit.ly/3lNORl8