Ó Cristo, não sois uma verdade entre outras. Sois a Verdade, e tudo o que é verdadeiro neste mundo sois vós. Não sois um amor entre outros. Sois o Amor em quem se purificam, santificam-se, unificam-se – não diminuídos, antes completados – todos os amores autênticos. Não sois um meio entre outros, um meio a se usar ao lado de outros meios e de cuja eficácia fosse lícito duvidar… mas sois a única estrada, e ao mesmo tempo o verdadeiro termo, sois a Vida…

Ah! Senhor! Que poderia fazer sem vós, pois que tomastes tudo em mim, sois o que existe de mais íntimo em mim, sois minha grandeza, minha vida, meu tudo?

Ó Cristo, reconheço-vos como meu único Senhor, para sempre. Ai de mim se tivesse de oferecer meu coração e meu espírito a outro mestre! Porque não existem outros mestres para o homem, nem outros amores fora de vós, o Amor.

Eis todos os meus recursos, todos os meus talentos, de que posso lançar mão… Nada vos quero esconder, nada subtrair, nada vos roubar… Tudo vos entrego… Este compromisso entre mim e vós é compromisso de pessoa a pessoa, de amor a amor, cuja cláusula única consiste em jamais falar de limites ao dom… Entre nós, tudo é para a vida e para a morte.

P. Lyonnet

[P. Lyonnt, Escritos espirituais. Citado em: Gabriel de Sta. Mª Madalena, O.C.D. Intimidade Divina. – 5ª. ed. – Revisão: Silvana Cobucci e Paulo César de Oliveira. São Paulo: Loyola, 2010, p. 340.]

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Vasco Arruda

Psicólogo, professor de História das Religiões e Psicologia da Religião.

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