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15. Caminhos do Sagrado

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Vasco Arruda

A Bíblia é indispensável no discipulado pessoal de cada membro da igreja e no ministério de pregação do pastor. A fim de exercerem seu papel, contudo, as Escrituras precisam ser compreendidas, daí a importância do Comentário bíblico africano. Nos últimos tempos, a igreja na África tem testemunhado o avanço de estudos bíblicos sérios no âmbito acadêmico. Trata-se de um ressurgimento auspicioso no continente que no passado nos deu intérpretes como Agostinho e Atanásio. O Comentário bíblico africano é um marco editorial e desejo parabenizar os colaboradores e editores pela elaboração de um comentário fundamentado nas Escrituras, que as interpreta do ponto de vista africano e aborda questões controversas de modo equilibrado. Tenho a intenção de usá-lo para obter maior entendimento da Palavra de Deus sob a ótica africana. Aliás, espero que conquiste leitores do mundo inteiro para que possamos compreender melhor as dimensões plenas do amor de Cristo (Ef 3:18).
Dr. John Stott
[Prefácio, p. vii. Em: Adeyemo, Tokunboh (editor geral). Comentário bíblico africano. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.]

Vasco Arruda

Mas a mulher que sofria de hemorragia havia doze anos tem uma tal confiança no poder de cura dele que, ao se aproximar silenciosamente por detrás dele, tocou-lhe com discrição a franja da veste (cf. Lc 8,43-44). E Jesus o percebe. Ele conhece a psique humana, seus dramas, suas angústias, suas prisões e procura sarar, encorajar, curar, libertar.
Angelo Amato
[Amato, Angelo. Verbete: Jesus Cristo. Em: Sodi, Manlio e Triacca, Achille M. (orgs.) com a colaboração de 195 peritos. Dicionário de Homilética. Apresentação de S. Emª. o Cardeal Silvano Piovanelli, Arcebispo de Florença; prefácio de Sergio Zavoli, Jornalista e escritor; tradução Orlando Soares Moreira e Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Paulus: Loyola, 2010, p. 843.]

Vasco Arruda

De fato há coisas estranhas na vida que não se explicam facilmente. É por isso que insisto em crer. Parece que a fé tem um poder de mobilização muito grande. William James o disse muito bem quando afirmou durante uma conferência dirigida aos grêmios filosóficos da Universidade de Yale e Brown University, que seria posteriormente publicada: “Sua fé atua sobre os poderes acima dele como uma afirmação e cria sua própria realização” (James, Willliam. A vontade de crer. Tradução de Cecília Camargo Bartalotti. – São Paulo: Loyola, 2011, p. 40). Pouco adiante, completa o psicólogo americano no mesmo texto: “…a fé num fato pode ajudar a criar o fato…” (p. 41).

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Vasco Arruda

O Alcorão é a palavra de Allah, revelada a Mohammad, desde a Surata da Abertura até a Surata dos Humanos, constituindo o derradeiro dos livros revelados à humanidade. Ele encerra, em sua totalidade, diversificadas nuanças, tais como: a felicidade, a reforma entre os homens, a concórdia, no presente e no futuro; ele foi revelado, versículo por versículo, surata por surata, de acordo com as situações e os acontecimentos, no decorrer dos vinte e três últimos anos da vida do Profeta Mohammad. Uma parte foi revelada antes da Hégira, em Makka, e outra depois, em Madina. Os versículos e as suratas revelados em Makka abrangem as normas da crença em Allah, em Seus anjos, em Seus livros, em Seus mensageiros e no Dia do Juízo Final. Os versículos e as suratas revelados em Madina dizem respeito aos rituais e à jurisprudência.
Samir El Hayek
[O significado dos versículos do Alcorão Sagrado com comentários. Versão portuguesa diretamente do árabe. Tradução Samir El Hayek. 14ª ed. – São Paulo: MarsaM Editora Jornalística,2009, p. xxiii.]

Vasco Arruda

Hoje temos um Guia para conduzir-nos adiante. E, ao caminharmos juntos, daremos esse dia a Ele absolutamente sem reservas. Esse é o Seu dia. E, assim, é um dia de incontáveis dádivas e graças para nós.
Helen Schucman
[Schucman, Helen. Um curso em milagres. Livro de exercícios. Traduzido da versão brasileira e revisão por P&C Associados. – Rio de Janeiro: Prestígio Editorial, 2011, p. 419.]

Vasco Arruda

Deixando de lado aqueles que, diante dos conteúdos religiosos, não têm a coragem nem da fé nem da descrença, resta-nos a situação incômoda do homem contemporâneo, dividido entre, de um lado, a existência de certos fatos de fé aos quais sua consciência intelectual não admite acesso e, de outro, a afirmação de pensadores eminentes com supremo poder intelectual de que a realidade dessas crenças está acima de qualquer dúvida. Tal pessoa sofre o sentimento angustiante de que lhe falta alguma percepção sensorial pela qual outros percebem algo real onde ela poderia jurar que não há, nem pode haver, nada.
[Simmel, George. Religião: ensaios volume 1 /2. São Paulo: Olho d´Água, 2009. Ensaio 2, O problema da situação religiosa, tradução de Antonio Carlos Santos, p. 10]

Vasco Arruda

Feito à imagem e semelhança de Deus, o corpo humano é postulado desde o princípio do texto bíblico como um território do sagrado (Gn 1,26). Não se trata apenas de um monte de órgãos, vísceras, fluidos e funções. Na língua hebraica, todas as partes do corpo humano são hipostasiadas e dotadas de atributos psíquicos e espirituais. Cada parte do corpo humano leva em si mesma uma consciência do verdadeiro Eu e de sua unidade. É a hypostasis grega, a Pessoa, única e irrepetível, ícone divino, criado ao som do Verbo e na ressonância de seu Nome. Como na visão cristã do invisível trinitário, somos um Falante, que fala uma Palavra, dualidade que procede de um Sopro. A consciência corporal é hipóstase quando e sempre o existente coloca-se em relação com seu existir.
(…) O corpo humano possui uma estrutura e uma unidade que vão além da própria matéria, realidade essencial da pessoa. É um santuário onde a sabedoria divina se torna visível. A sabedoria judeu-cristã ajuda a viver o corpo como um templo, em que pesem todos os equívocos castradores e abomináveis que a história ocidental e oriental proferiu (e ainda profere) sobre o corpo.
Evaristo Eduardo de Miranda
[Miranda, Evaristo Eduardo de. Corpo, território do sagrado. São Paulo: Loyola, 2000, p. 11.]

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Vasco Arruda

O jugo e o peso imposto pelo Senhor a São João de cuidar de Nossa Senhora, foi verdadeiramente um jugo suave e um peso ligeiro. Quem não teria, de fato, vivido de muito boa vontade com aquela Mãe que havia trazido nove meses no seu seio o Verbo Encarnado e com ele passado 30 anos na mais plena e doce devoção? Quem não sente inveja do predileto do Senhor, que, na ausência do Filho de Deus, pôde desfrutar a presença de sua Mãe? Mas, se não erro, também nós, rezando, podemos pedir à benignidade do Verbo Encarnado, para nós e por nosso amor ao crucificado, que nos diga: “Eis a tua mãe!”. E que ele diga à sua Mãe, a nosso respeito: “Eis teu filho!”. O Senhor não é avaro da sua graça, desde que nos aproximemos do seu trono com fé, confiança e coração não fingido, mas verdadeiro e sincero.
São Roberto Belarmino
[Belarmino, São Roberto. As sete palavras de Cristo na Cruz. Citado em: Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente: com uma antologia de escritos espirituais. Tradução Armando Braio Ara. – São Paulo: Paulinas, 2003, p. 527.]

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Vasco Arruda

Amor fati VII: Pessach
Eu acredito em alguma coisa. Você faz força para não acreditar em nada. O Sílvio diz que isso é do século passado, ceticismo é o nome, coisa que andou muito em moda há tempos. Ele cita o nome do sujeito que você lia muito.
– Renan?
– Sei lá. Um nome qualquer. Quem foi esse camarada?
– Um ex-seminarista que escreveu fantasias, num ótimo francês. Sílvio tem razão nesse particular: o ceticismo fica bem no século XIX, mas não sou um homem do século XIX, embora seja cético quanto ao movimento de vocês. Luto apenas para ser homem, independente do tempo, sozinho.
– Você acha isso possível?
– Difícil. Mas não impossível.
Carlos Heitor Cony
[Cony, Carlos Heitor. Pessach: a travessia. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 167.]

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Vasco Arruda

Amor fati VI: O sinal
Na narração bíblica da história de Jacó, vemos que ele passou a noite inteira pelejando com o anjo para que o abençoasse e não o largou enquanto não recebeu a bênção, isto é, a prova de que seu pedido de proteção havia sido aceito.
Assim também quando pretenderdes obter alguma coisa do Cristo interno, não abandoneis o vosso pedido, enquanto ele não vos der um sinal de que foi aceito.
Esse sinal é um sentimento de absoluta calma mental e a convicção íntima de que a dificuldade está resolvida.
Quando tiverdes chegado a esse resultado, sentireis uma inefável vibração de Harmonia com tudo o que vos rodeia, um Amor profundo pela humanidade e pelos vossos “inimigos”, o sentimento da mais perfeita Justiça reinará em vosso coração e a mais clara percepção da Verdade brilhará em vossa mente e, acima de tudo, tereis o completo alívio de vosso fardo.
Lourenço Prado
[Prado, Lourenço. Alegria e triunfo. São Paulo: Pensamento, 2010, p. 83]