Homem diz ter matado a pedido da própria vítima“, essa foi a manchete de uma notícia que me chamou atenção nesta semana. Um homem de 40 anos, Ricardo Alcântara confessou ter matado Lidiane Severo, 32. No depoimento o assassino disse que cometeu o crime à pedido da vítima em troca de R$500,00 e um notebook.

A  história está confusa, parece muito mal contada. Ainda segundo Alcântara a comerciária há alguns dias estava com um revólver e à procura de alguém que a quisesse matar, pois tinha uma dívida numa concessionária.

O julgamento cabe às instâncias competentes. Quanto a nós podemos refletir sobre o fato. Lidiane poderia de fato encontrar-se numa situação de desespero e uma pessoa em tal situação torna-se frágil e propensa a qualquer atitude.

O injustificável foi o ato de Alcântara. Alegou que estava precisando de dinheiro. Absurdo! E o mínimo de respeito e de escrúpulo à uma vida como fica? Um notebook e dinheiro pode sancionar uma sentença de morte? Onde vamos parar?

Os crimes da atualidade revelam-se cada vez mais perversos, os assassinos demonstram frieza descabida. A justiça cambaleia a busca de punir os culpados, enquanto isso padece a família  e amigos de quem já não se encontra mais no convívio.

Através destas bárbaries constata-se o esvaziamento do coração humano dos valores vitais que garantem o equílibrio do convívio em comunidade. A perda da esperança e do respeito à vida atentam diretamente nas relações.

E onde podemos encontrar esses valores?

Eles estão dentro de cada pessoa e precisam apenas serem cultivados. Santa Teresa de Jesus, uma personalidade notável da Igreja Católica do século XV, ensinava que dentro de nós se digladiam o homem velho e o homem novo como duas feras, vence aquele a quem dermos maior força.

Faz-se importante para cultivar o amor, a esperança, a honestidade, o respeito já presentes em nós como sementes a experiência com o amor de Deus, único capaz de suprir o vazio existente no coração do homem.

Lidiane e Alcântara protagonizaram uma triste história a qual esperamos não vermos mais noticiadas. Contudo cada um é responsável por seus atos diante de si mesmo e da sociedade. Justiça seja feita. A verdade  venha assentar-se em seu trono e o que está nas trevas venha à luz nessa história.

E você, a que atribui o requinte de crueldade, malvadeza e frieza cada vez mais presentes nos crimes de nossa época?

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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