Você já ouviu aquele ditado “achar chifres na cabeça de cobra” ou “dentes na boca de galinha”, pois é, tem  muita gente que empreende muitos esforços para encontrar sentido em coisas que não há.

O filme que conta a história da prostituta Bruna Surfistinha é uma dessas buscas de “chifre em cabeça de cobra”. Tem gente  afirmando que o longa mostra uma história de determinação, a de uma garota que abandona a casa dos pais decidida a trilhar um caminho que não é fácil, o da prostituição.

Os termos são maquiados de todas as formas, prostituta torna-se garota de programa, ou ainda  garota de programa de luxo. Parece que se atenua a proporção do erro por este não acontecer em uma esquina e sim num flat. As jovenzinhas ingênuas ou não tao ingênuas podem pensar que , de fato, a prostituição seja um caminho a seguir.

É de entristecer a promoção  dos contra-valores. A prostituição é uma desordem e não gera nenhum bem à sociedade como defendem alguns grupos. Promover a venda do próprio do corpo em troca de dinheiro apenas lança luz para se enxergar o fundo do poço a que chegou a sociedade.

Sites e blogs se multiplicam colocando na vitrine do “açougue” mulheres cada vez mais novas vendendo seus corpos, atos justificados por desculpas tão esfarrapadas quanto  a prática.

Quem pratica a prostituição não é feliz, muito menos realizada. Apenas um punhado de cafetões ganham em cima da miséria humana e aplaudem de pé iniciativas como esta de colocar na tela do cinema uma apologia à venda dos corpos.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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