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Quando Rafael Costa chegou ao Ceará no começo de julho de 2015 depois de uma frustrada passagem pelo Joinville, o alvinegro vivia uma situação muito ruim na Série B.  Desejo antigo da diretoria, o atacante não conseguiu colocar a equipe numa situação mais confortável. Sozinho, evidente, era uma missão impossível, mas seu futebol, especialmente nos últimos 10 jogos da campanha, foi essencial para o não rebaixamento.

Seu aproveitamento em 2016 era dado como impossível porque o FC Seoul sinalizava com o cumprimento de contrato na Coreia até o fim do ano. O Ceará, então, tratou de contratar Bill para substituí-lo. Pouco tempo depois, entretanto, Rafael Costa e seu empresário conseguiram o improvável: sua liberdade. Assim, não pensaram duas vezes em entrar em contato com presidente Robinson de Castro porque o jogador gostou demais do clube, da torcida e da cidade.

O dirigente, ainda que já tivesse Bill no elenco, ficou surpreso e aceitou de pronto o retorno de Rafael, mas fez uma exigência: por ser um contrato de alto valor mensal – dos maiores do elenco – queria que o período fosse de pelo menos dois anos. Com mercado e mantendo o nível do ano passado em campo, o atleta tem possibilidade real de render frutos financeiros ao clube. E assim foi feito.

Se o tempo para regularizar o jogador deixou torcedores ansiosos, foi um grande aliado para o Departamento de Fisiologia do Ceará. Lucas Oaks e sua equipe tiveram cinco semanas para trabalhar o atacante, considerado injustamente “gordinho” por causa de sua compleição corporal atarracada e forte. Ao lado do departamento físico e de nutrição, fizeram um planejamento como fazia tempo Rafael Costa não tinha e que ele se comprometeu a seguir porque sabe da sua tendência para ganhar peso em caso de descuido. Além disso, um acompanhamento com mais de 14 variáveis físicas e de carga de treinamento têm sido feito pelo Ceará, algo fundamental para controle de contusões e manutenção de condição atlética do elenco.

O resultado para o maranhense e para o Ceará tem sido excelente. Mais mobilidade do que no ano passado – foram 11 gols em 28 partidas em 2015 – possibilidade de atuar também pelos lados do campo seguindo as orientações de Lisca para que Bill se encaixe no esquema, assistências e quatro gols em 193 minutos em 2016, média excelente de um tento a cada 48 minutos.

Aos 29 anos, Rafael Costa eleva muito o nível técnico do Ceará em campo e não há dúvida de que o sucesso do alvinegro na temporada está ligado diretamente ao desempenho que o jogador terá nos próximos meses.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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