Continuo entendendo que a saída de Flávio Araújo foi um erro. Os motivos já escrevi em texto recente por aqui, não vale repetir. O “acordo”, na verdade, foi uma forma gentil de demitir o técnico, totalmente sem prestígio diante de uma diretoria impaciente, pressionada e que não deu o tempo e a confiança que garantiu dois meses atrás.

Os torcedores do Fortaleza – com microfone ou não – também têm responsabilidade. Sabem que, fazendo pressão, conseguem que os dirigentes tomem atitudes populistas. Muitos comemoraram a saída de Flávio. É legítimo que sintam alegria pelo desejo alcançado, mas também abraçam a causa do imediatismo, do desespero pelo que tem ocorrido com o clube na Série C do Campeonato Brasileiro.

Não condeno as reclamações dos tricolores. O time não vinha bem. Reclamar é arma não violenta de quem está insatisfeito e precisa ser usada, mas Flávio estava longe de ser responsável único. Muitos jogadores estão abaixo do mínimo aceitável, fora o número enorme de contundidos. Mas há algo que precisa ficar claro: o torcedor precisa entender que o passado recente do insucessos do clube atrapalha ainda mais se trazido, como tem sido, para o presente. O ambiente fica ruim, pesado, insustentável.

Pedir serenidade e planejamento neste momento é fácil, concordo com quem pensa assim, mas não há outra forma das coisas darem certo. Pena que dirigentes e torcedores não estejam compreendendo. Vamos ver como será com Marquinhos Santos, que estreia numa semana contra Sport e Ceará, dois dos mais fortes adversários do semestre.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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