Friamente, jogar diante do segundo colocado da Série B e empatar fora de casa não é um resultado ruim, pelo contrário. Trazer um ponto de Goiânia foi bom. No caso do Ceará, entretanto, a sequência de cinco jogos sem vitória parece contaminar a análise geral, até porque efetivamente coloca o time em estado de alerta para as 16 rodadas restantes da competição.  Nos 15 pontos mais recentes, foram quatro somados. É bem pouco para quem está na parte de cima da tabela, independente da força dos adversários deste período sem resultado positivo.

No empate por 2 a 2 desta segunda, as defesas sofreram. Além dos quatro gols, os dois goleiros trabalharam bem e em momentos cruciais. O que pesa contra o Ceará é novamente – como já tinha ocorrido diante do CRB – ter ficado com um jogador a mais por quase todo o segundo tempo e não ter aproveitado. É incompreensível a falta de intensidade e o poder de dominar as ações, tanto que o Atlético-GO criou muito mais quando esteve com um homem a menos.

Felipe, principal jogador de linha do Ceará, já tinha feito muita falta contra o CRB e  sua ausência no segundo tempo no Serra Dourada voltou a mostrar como o time é dependente dele. Tomás Bastos, seu substituto, deixou a desejar mais uma vez. Quem compensou ofensivamente foi Bill, inteligente como sempre, com seus dois gols de cabeça e Eduardo, competente demais no apoio pela esquerda. William Henrique e Serginho, que também jogaram um tempo cada, igualmente não mostraram força. Wescley até tentou jogadas individuais e boas arrancadas, mas tomou sempre a decisão errada na hora derradeira.

Defensivamente Charles falhou no primeiro gol do Atlético ao dar um bote sem noção na intermediária, deixando tudo aberto. Ainda assim há muito mérito na construção da jogada do gol de Gilsinho. O outro tento do time mandante foi fruto de uma leitura errada de Valdo, que pulou com os braços abertos e correu o risco da bola bater em qualquer lugar. Ela bateu onde não devia e foi pênalti.

No mais, o Ceará encara a partida de domingo, contra o Avaí, no Castelão, como fundamental. A vitória se torna obrigatória por vários motivos e é irrelevante elencá-los de tão óbvios. Com 37 pontos a equipe não vai sair do G4 de forma alguma depois da rodada completa desta terça-feira e um triunfo contra os catarinenses certamente tem potencial para deixar as coisas nos eixos novamente. Mas é preciso jogar mais.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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